Os 15 países menos livres do mundo
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A liberdade é uma das conquistas da nossa civilização. No entanto em muitos países de mundo a estabilidade do regime serve de justificação para a restrição da liberdade dos cidadãos. Afinal que fins justificam que meios?

A Freedom House lançou o seu relatório anual em liberdade esta semana, classificando cada nação de acordo com os direitos políticos e liberdades civis dos seus cidadãos.

O relatório aponta que no geral a liberdade no mundo caiu pelo nono ano consecutivo, com quase duas vezes mais países a sofrer de perdas na sua liberdade do que a ganhar.

O número de países cuja liberdade melhorou está no seu nível mais baixo em nove anos.

O relatório mostra um crescente desdém pela democracia em quase todas as regiões do mundo, com perdas na liberdade individual, que muitas vezes surge na forma de um aumento da vigilância e das restrições do estado nas comunicações pela internet.

Dos 195 países avaliados, 26% foram classificados como "Não Livres", com as taxas do Médio Oriente e Norte de África entre as piores regiões do mundo.

1. Bielorrússia

Soldados bielorussos em fila a beijar um ícone ortodoxo

O Presidente Bielorusso Alyaksandr Lukashenko lidera um regime autoritário que é notório pelo esmagar de todas e quaisquer formas de dissidência politica.

Não existem limites no termo político e os membros chaves da oposição são muitas vezes impedidos de se candidatar a cargos, de acordo com a Freedom House. Como resultado, os partidos da oposição não tem representação na Assembleia Bielorussa Nacional.

A televisão Bielorussa nacional é controlada pelo governo e opiniões discordantes não são permitidas. Enquanto, mais e mais bielorussos conseguem acesso à internet, o governo tenta expandir o seu controlo na rede. Redes sociais são bloqueadas e ativistas online da oposição são regularmente assediados e ameaçados.

2. Somália

Uma operação de segurança contra suspeitos do grupo militante islâmico na capital Mogadíscio, 08 de dezembro de 2014.

O processo político anárquico na Somália é em grande parte impulsionado por lealdades a clãs. Embora o presente parlamento somaliano ser altamente respeitado pela comunidade internacional, os cidadãos somalianos exercem pouco poder sobre o sistema e possuem acesso limitado, ou nenhum, aos seus representantes.

O novo governo, que tomou posse em dezembro do ano passado, também controla os meios de comunicação com pulso de ferro. A Somália é atormentada por desordem: a prática, tecnicamente ilegal, de mutilação genital é ainda largamente praticada em quase todas as jovens raparigas somalianas.

A prevalência de grupos armados como a organização Jihadista al Shabaab, e a limitada capacidade do governo em conseguir combatê-los, faz com que as condições dos direitos civis e políticos sejam incrivelmente assustadoras, mesmo sem um sistema político opressivo.

3. Guiné Equatorial

Fãs de futebol sem bilhetes para o jogo são retidos pela polícia de choque enquanto eles se tentam aproximar do Malabo Stadium

A oposição politica na Guine equatorial é limitada e mantida sobre um controlo rígido do regime, de acordo com a Freedom house.

O partido no poder tem o controlo quase total da média, dos tribunais, da polícia e do exército. A corrupção é rompante.

A censura da imprensa pelo governo esta autorizada por lei desde 1992, o Facebook esta bloqueado e a difamação é um delito criminal. O governo autoriza prisões arbitrárias e frequentemente prende os seus oponentes políticos pelo crime de "destabilização".

4. Sudão do Sul

Um homem do Sudão do Sul a segurar uma arma na sua aldeia.

O Sudão do Sul alcançou a sua independência do Sudão em 2011, mas a violência politica e os assassinatos em massa dentro das linhas étnicas ameaçam fazer deste um estado falhado, de acordo com a Freedom House.

O Presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, tem poder total e não pode ser impugnado.

Em 2013, Kirr dispensou o todo o seu gabinete e vice-presidente, enquanto os partidos da oposição não tem absolutamente nenhum poder politico real.

As forças de segurança operam com impunidade e sérios abusos são regularmente praticados contra os civis com o conhecimento total ou ordem dos seus superiores.

5. Chade

Um soldado Chadiano posa ao entardecer em frente ao arco do Place de la Nation, em Djamena, 28 de outubro de 2014

Nunca ocorreram eleições verdadeiramente livres e justas no Chad, de acordo com a Freedom House. O Presidente Idriss Déby, um antigo comandante militar, derrubou o ditador Hissène Habré em 1990 e tem estado no poder desde então.

Déby tem o controlo total dos ramos judiciais e legislativos do governo e o seu grupo étnico - o Zaghawa - controla o sistema politico e económico. Isto tem criado ressentimentos entre os mais de 200 grupos étnicos que vivem no Chade.

O Chade é uma relevante fonte, passagem e destino de tráfico de crianças, um problema que o governo tem feito pouco para resolver.

6. República Central Africana

Rebeldes num campo no nordeste da Republica Centro-Africana

Um golpe pelo grupo rebelde Séléka em Março 2013 deixou a já empobrecida Republica Central Africana altamente instável e isolada pela comunidade internacional. O regime em vigor não é transparente e não foi eleito.

A proliferação de grupos armados através do país - incluindo combatentes do Lord’s Resistance Army no sudeste - tornou-se um sério problema: A UN estima que cerca de 6,000 crianças estão neste momento a lutar numa das fações rebeldes da C.A.R, de acordo com a Freedom House.

7. Sudão

Pessoas Internamente Deslocadas no campo Zam Zam na parte externa de El Fasher, Sudão

No Sudão as primeiras eleições multipartidárias em 24 anos foram em 2010 mas falharam os critérios internacionais de eleições justas e livres, de acordo com a Freedom House.

O Sudão é considerado um dos países mais corruptos do mundo. Favorecendo grupos étnicos que tem um controlo apertado sobre a economia nacional, enquanto outros são negligenciados e empobrecidos. Um Concelho de Impressa foi criado pelo governo para regular os media, a lei proíbe ainda, dialogo sobre outra religião que não seja o Islão.

O Regime em Khartoum também esta sobre uma brutal campanha de luta contrainsurreição em Darfur, Nilo Azul e Khordofan do Sul, com 450,000 pessoas desalojadas pelas lutas em Darfur só no ano de 2014.

8. Usbequistão

Jovens estudantes numa escola em Tashkent, Usbequistão cobriram a boca com fita-cola como parte de um projeto suportado pela UNICEF que permite jovens participarem mais ativamente na média

O governo do Usbequistão suprimiu toda a oposição politica. Ativistas e jornalistas no país enfrentam violência física, perseguição, multas e detenções arbitrárias. Não existem eleições livres, segundo a Freedom House.

O discurso livre é severamente restrito ao ponto de os artistas e intérpretes terem que obter uma licença especial do governo para atuarem em público.

O trabalho forçado também é um sério problema: O departamento de Estado descobriu em 2014 que "O Usbequistão permanece como um dos poucos governos do mundo que força os seus cidadãos a trabalho forçado através da implementação de leis".

9. Turquemenistão

O monumento Onafhankelijkheids em Ashgabat, Turquemenistão

Nenhuma das eleições no Turquemenistão desde que o pais conseguiu a sua independência foi justa ou livre, de acordo com a Freedom house.

O presidente Berdymukhammedov comanda com uma mão autoritária, é do conhecimento geral que muitos oficiais públicos subornaram para chegar ao local onde estão. Coisas tão simples como frequentar uma universidade ou receber cuidados médicos tipicamente envolvem alguma classe de suborno. Despejos arbitrários e confiscação de propriedade são comuns.

O governo controla quase todas as transmissões e impressa escrita. O principal fornecedor de internet no país também é gerido pelo governo e rotineiramente bloqueia sites que possam ser indesejáveis.

10. Cuba

Mulheres e outros membros femininos de 59 cubanos presos em protestos fora de uma igreja em Havana, Março 18, 2007

Cuba, desde que Fidel Castro saiu da presidência em 2008 tornou-se mais livre mas ainda é considerado "não livre" pelos padrões da Freedom House.

O sistema uni partidário de cuba é dominado pelo partido comunista. A contestação política é um crime e o governo de cuba continua a usar o termo prisão "preventiva" para intimidar a oposição.

O Canal cubano de notícias é propriedade do governo e também é gerido pelo mesmo. Poucos cubanos tem acesso à internet visto que é tão cara - uma hora ao computador num internet café custa o equivalente a um salario médio semanal.

11. Arábia Saudita

Membros das forças especiais Saudi em guarda durante uma sessão de treino em Darma

A Arábia Saudita é uma monarquia absoluta com um sistema de leis baseado na lei de Sharia. O Corão e a Suna (tradições do profeta Muhammad) são a constituição do país e a contestação política é criminalizada, de acordo com a Freedom House.

Membros da família real saudita são donos de parcelas de outlets de notícias em múltiplos países e controlam o conteúdo das notícias. Jornalistas e ativistas foram presos por expressar o seu descontentamento online.

Todos os Sauditas são obrigados por lei a ser Muçulmanos e a prática pública de qualquer outra religião que não o Islamismo é expressamente proibida. Shiitas e Sufis são muito restritos no seu culto. As mulheres não podem guiar um carro ou sair de casa sem um homem da sua família.

12. Síria

Grupo de 16 lutadores, parte do Free Syrian Army, a descansar com as suas armas durante depois de ter tido lutas violentas com as forças leais ao Presidente sírio Bashar al-Assad em Ashrafieh, Aleppo Janeiro 25,2015

O colapso da Síria em uma guerra civil produziu mais de 2 milhões de refugiados, 5 milhões de deslocados no interior do país e quase 130.000 fatalidades de acordo com a Freedom House.

As tentativas do presidente Bashar al-Assad de derrotar as fações armadas da Síria resultaram no assassinato indiscriminado de civis utilizando ataques aéreos, bombardeamentos com artilharia e armas químicas. Dezenas de milhares de pessoas foram presas e torturadas desde que a revolta começou em 2011, os jornalistas sírios são frequentemente raptados e executados.

13. Eritreia

Pastores no sul da Eritreia

Esta pequena nação na parte leste de África foi designada como "não livre" pela 16 vez consecutiva.

Eritreia só tem um verdadeiro partido político - the People's Front for Democracy and Justice - que é subordinado ao presidente de longa data Isaias Afwerki, que não foi democraticamente eleito, segundo a Freedom House.

O governo de Afwerki tomou uma brusca mudança autoritária desde o ano 2000. A média independente esta proibidos de trabalhar em Eritreia e o governo controla todos os meios e locais de radiofusão.

A liberdade académica e religiosa também esta restrita e os cidadãos tem limites à sua liberdade de movimento dentro e fora do país.

14. China

Soldados chineses

O presidente da China Xi Jinping lançou uma campanha anti corrupção em 2013 que prometeu travar oficiais corruptos e líderes de negócios quer no país como no estrangeiro.

Esta campanha teve o custo de liberdades politicas e civis de acordo com a Freedom House, a supervisão judicial sobre as ações do partido caíram consideravelmente desde o inicio da campanha. Organizações de sociedade civil, líderes de trabalho e académicos são regularmente investigados e muitas vezes intimidados por oficiais do governo.

O Partido Comunista Chinês não tolera nenhuma forma de oposição organizada - mais de 190 ativistas políticos foram presos só em 2014.

15. Coreia do Norte

O líder norte coreano Kim Jong Un prestando respeito ao fundador Norte Coreano Kim iI Sung e o seu pai Kim Jong II no Palácio do Sol Kumsusan, no dia 1 de Janeiro, 2015

A Coreia do Norte, funciona como um estado de partido único sob uma ditadura familiar totalitária, é o país menos livre do mundo, segundo a Freedom House.

A corrupção e os subornos estão em todos os níveis de estado e da economia. O acesso à internet é restrito a uns milhares de pessoas com altos cargos e a liberdade académica não existe: todos os currículos devem ser aprovados pelo estado.

Todas as formas de protesto e negociações coletivas são ilegais e não existe poder judicial independente. Dissidentes políticos são executados ou enviados para campos de detenção, onde muitos deles morrem de fome extrema ou exaustão.

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