12 pensamentos sobre economia
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Muitas vezes as soluções para os problemas só são encontradas se mudarmos radicalmente a perspetiva sob a qual os apreciamos. Perceba como a sabedoria económica muitas vezes advém da sua capacidade de pensar de forma pouco convencional. Atreve-se a mudar de paradigma?

1. O otimismo, de acordo com a psicóloga Tali Sharot, é basicamente uma forma eficiente de ignorância

“Protege-nos de percebermos com precisão o sofrimento e as dificuldades que o futuro, sem dúvida, nos reserva; e pode defender-nos de vermos as nossas opções de vida como, de certa forma, limitadas. Como resultado: o stress e a ansiedade são reduzidos, a saúde física e mental é melhorada e a motivação para agir e ser produtivo é reforçada.”

2. O livro “Pensar, Depressa e Devagar”, de Daniel Kahneman, começa da seguinte forma:

“A premissa deste livro é que é mais fácil reconhecer os erros das outras pessoas do que os nossos.”

Estive em Nova Iorque há uns meses e um carro buzinou num semáforo. O trabalhador de uma obra nas proximidades virou-se e gritou “Pouco barulho!” – e voltou a utilizar a sua britadeira. É importante criticar menos e refletir mais, especialmente num campo emocional, como o do investimento.

3. Recentemente, Warren Buffett teceu o seguinte comentário sobre como progredir na vida.

Ele disse:

“A melhor forma para progredir passa por aprender a comunicar melhor. Os seus resultados em vida serão ampliados se os conseguir comunicar melhor. O único diploma que tenho pendurado no meu escritório é o diploma de Comunicação que obtive na Dale Carnegie em 1952… Sem boas habilidades de comunicação não será capaz de convencer as pessoas a segui-lo – mesmo que consiga ver mais longe e alto que elas.”

4. Ninguém comemorou quando a economia recuperou.

Foi algo que aconteceu lentamente, ao longo de seis anos. Como se desenvolveu lentamente, poucas pessoas notaram. Não houve um momento em que se tenham contrariado os pessimistas que previam a ruína entre 2010 e 2013; e estes somente despareceram na obscuridade porque as pessoas perderam o interesse. As pessoas ficam tão presas em notícias irrelevantes e de curto-prazo que perdem as importantes tendências de longo-prazo. Isso é lamentável.

5. O número de americanos entre os 30 e os 44 anos – que compram muitas casas e carros e iniciam diversos novos negócios – diminuiu cerca de 4.6 milhões entre 1999 e 2010.

Este corte está novamente a crescer e espera-se que aumente 2.3 milhões ao longo dos próximos cinco anos. Penso que esta é a questão económica mais negligenciada do momento.

6. Em tempos questionaram o CEO da marca de vinho Charles Shaw (two-buck Chuck) relativamente à capacidade de vender vinho por um valor inferior ao de água engarrafada.

“Estão a cobrar em excesso pela água. Não percebem isso?” respondeu.

Existe um modelo de negócio que conduz as pessoas, de forma enganadora, a pagarem a mais por um produto; e outro modelo de negócio que choca o consumidor com preços razoáveis. Ambos podem ser bem-sucedidos.

7. 2012 foi um dos melhores anos para o pessimismo económico.

2013 foi, desde 1997, o melhor ano para a bolsa. 2014 foi, desde 1999, o melhor ano para o emprego. Funciona sempre desta forma.

8. Recentemente, o economista Russ Roberts contou uma história sobre um artigo que mostrava que regiões onde o sistema antirroubo de carros LoJack é popular têm menores taxas de furto de carros – pois os ladrões não querem correr o risco de roubar um carro que os polícias possam seguir.

Um estudo diferente mostrava que regiões em que as armas são populares têm taxas de criminalidade mais baixas – pois os criminosos não querem correr o risco de assaltar alguém que esteja armado. O autor do estudo LoJack discorda impetuosamente com o estudo das armas, mesmo sendo baseado na mesma teoria.

“Isto fez-me perceber como as pessoas veem os dados através das lentes dos seus próprios preconceitos.” disse Roberts.

9. Penso que ninguém consegue ser impassível em relação ao dinheiro.

É como dizer que se será indiferente em relação aos filhos. Se os seus filhos forem presos, você irá reagir. Não significa que se aja de forma emotiva, mas ninguém deveria fingir que tem total controlo sobre as suas emoções quando o mercado está descontrolado. É biologia.

10. Algumas das maiores notícias de 2014 envolveram acidentes de aviões comerciais.

No entanto, 2014 foi o ano com o menor número de acidentes da indústria da aviação comercial – desde o seu início, em 1949. Este é um bom exemplo da “atenção enviesada” através da qual falsamente acreditamos que determinados eventos estão a ocorrer com maior frequência somente porque prestamos maior atenção aos mesmos.

11. A previsão do Gabinete do Orçamento do Congresso em 2003, relativamente à dívida do governo para 2013, estava errada por 10 biliões de dólares.

No entanto, quando uma nova previsão para os próximos 10 anos saiu esta semana as pessoas tomaram-na como um evangelho. “O ser humano não quer precisão; quer garantias.” escreveu recentemente Jason Zweig. O economista Kenneth Arrow foi meteorologista durante a Segunda Guerra Mundial. Disse aos seus superiores que os modelos de previsão não eram precisos. Responderam:

“O Comandante Geral está ciente de que as previsões não são boas. No entanto, precisa das mesmas para poder planear.”

As pessoas riem desta história – mas penso que a maioria de nós cai no mesmo erro.

12. De acordo com a revista The Economist, “Um carro movido a bateria carregada com eletricidade gerada por centrais elétricas alimentadas a carvão é suscetível de causar mais de três vezes o número de mortes por poluição que um convencional veículo a gasolina.”

O impacto desta questão é um bom exemplo da incapacidade da maioria das pessoas de pensar além da primeira camada de um problema. Demonstra também porque é que tantas tendências que parecem promissoras terminam como dececionantes quando toda a história é desvendada.

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