O petróleo recupera valor
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Em pouco tempo o petróleo atingiu mínimos impressionantes e voltou a subir. Tal sucede devido a vários fatores condicionantes. Nós revelamos-lhe os factos por detrás das variações do preço do crude.

Terá acabado a tendência baixista do petróleo?

Dá a entender que sim, depois de mais uma subida nos preços do petróleo bruto durante a noite e os 7% de ganhos publicados na última sexta-feira.

Na segunda-feira passada, os preços oscilaram fortemente entre os $3 por barril, à medida que os instintos de venda de curto prazo colidem com os princípios de longo prazo.

No mês passado, os vendedores que começaram o ano a cortar no petróleo conseguiram obter lucro, uma vez que o preço caiu dos $53,27 dólares por barril para os $44 dólares na sexta-feira. No final do mês, com a trajetória descendente a abrandar nas últimas semanas, pareceu razoável terminar com as “tendências baixistas” e começar a olhar de maneira diferente para o mercado em fevereiro.

Quando toda a gente no mercado segue uma tendência baixista, os preços podem recuperar rapidamente, especialmente quando os principais indicadores técnicos que são seguidos por vendedores de curto prazo começam a dar luz verde.

Neste caso, aquilo que impulsionou o movimento foi o facto do preço fixo do mês corrente ter fechado acima do vigésimo dia médio móvel pela primeira vez desde julho.

O problema é que o equilíbrio fundamental entre oferta e procura ainda não mudou assim muito. O mundo continua a produzir mais petróleo do que aquele que é preciso. A maioria das pessoas não esperam uma descida nos preços até, o mais brevemente, ao segundo trimestre do ano.

O que fez com que alguns mudassem de ideias foram os dados lançados na sexta-feira passada pela empresa de serviços ligados ao campo petrolífero Baker Hughes, que mostrava que a contagem nas plataformas petrolíferas nos E.U.A. e no Canadá – um bom indicador das tendências de produção futuras – tinha caído para os 128 numa semana que esteve sempre nos 1937. Foi uma descida de quase um quarto desde o pico do ano passado e uma prova de que os preços baixos estão a começar a impedir de se investir na nova produção. A queda na contagem está em conformidade com uma série de cortes nos investimentos em grande escala feitos tanto por principais produtores como por produtores independentes nas últimas semanas.

Além disso, o consumo de gasolina já retomou aos níveis normais nos E.U.A., o que sugere que a procura está também a reagir aos preços baixos.

Contudo, fora da América do Norte, a situação ainda não mudou assim muito. Segundo uma sondagem realizada pela Reuters, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo chegou até a aumentar a sua produção em janeiro a uma média de cerca de 160.000 barris por dia, com os países como a Arábia Saudita e o Kuwait a continuar a defender a sua quota de mercado.

No seu relatório mais recente sobre o mercado do petróleo, os OPEP disseram que mesmo assim esperavam que o fornecimento subisse este ano para uma média de 1,28 milhões de barris por dia, enquanto a procura só vai crescer 1,15 milhões de barris por dia.

Para complicar um pouco mais as coisas na segunda-feira passada, o Sindicato dos Metalúrgicos fez greve nas refinarias que produzem um décimo da gasolina do país.

Em teoria, ela pode fazer os preços do petróleo bruto diminuir, pois tal significa que está a ser retirado dos inventários menos petróleo, que já atingiu níveis record, por isso, a produção de petróleo hoje em dia tem cada vez menos compradores. No entanto, é difícil dizer se a greve está ou não a causar muita disrupção na produção, pois muitos operadores têm planos de contingência para continuar a trabalhar sem a mão-de-obra do sindicato.

Às 09:15 (14:15 de Portugal) no fuso horário de leste, o contrato da mistura da West Texas Intermediate para o mês corrente era de $49,53 por barril, uma subida de $1,30 ou 2,7%.

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