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Os recentes movimentos dos investidores em torno das startups de internet podem levar a crer que estamos a presenciar mais uma bolha tecnológica, semelhante à do início do milénio. Porém, de acordo com o CEO do SoftBank, nem há agora numa bolha tecnológica nem nunca houve. Nós mostramos-lhe os argumentos dele.

O CEO do SoftBank, Masayoshi Son, um dos mais prominentes investidores em tecnologias que estão nas suas primeiras fases, não pensa que as companhias de internet estejam em território de bolha neste momento. Por outro lado, ele também não pensa que a euforia durante o final dos anos 90 tenha sido uma bolha!

"Eu não acho que isto seja a bolha da Internet. No ano 2000, a maioria das companhias de internet estavam a perder muito dinheiro. Houve então um acerto do preço. No entanto, ao observarem a situação atual, a maior parte das ações que desceram, durante a rutura do ano 2000, voltaram ao valor prévio? Subiram acima do valor máximo registado em 2000? Se olharem para trás a resposta é sim, o que significa que até a rutura da bolha da internet em 2000 não se concretizou."

Estas citações são de um documento transcrito de uma reunião do SoftBank esta manhã, facultada (e traduzida do japonês) pela FactSet.

"Desta vez as pessoas já aprenderam com a sua experiência. Neste momento as companhias de Internet já começam a ter muito lucro incluindo a Alibaba. Por isso as pessoas possuem mais experiência para fazer uma apreciação mais educada dos preços. Então, não creio que no geral isto seja uma bolha da internet."

Son possui uma visão notória dos próximos 300 anos para o SoftBank, tendo a possibilidade de observar tudo a muito longo prazo. Talvez baseando-se nisso, o descalabro tecnológico em 2000 pareça insignificante, tais como o conjunto atual de fracos resultados trimestrais do SoftBank.

Realmente, os preços das ações das empresas de tecnologia de consumo icónico e das companhias de internet (Apple, Microsoft, Google, Amazon, mas notavelmente não a Yahoo) tem recuperado desde ai, e estão atualmente em pé de igualdade ou perto disso relativamente aos valores máximos registados.

No entanto a maioria dos investidores – quer eles empreendam fundos de capital ao operar num espaço de tempo de 5 a 10 anos, ou em investidores da bolsa de valores com horizontes mais curtos – não disfrutam deste luxo. Em 2000, a maior parte do risco estava nas mãos dos investidores da bolsa de valores. Hoje está concentrado nos empreendimentos de fundos de capital e outros investidores de mercado privados, incluindo corporações como o SoftBank.

SoftBank, um gigante da internet e de telecomunicações japonesas, foi um apoiante inicial da Yahoo (eles ainda estão num empreendimento conjunto no Japão) e permanece um dos maiores acionistas no Alibaba, o colosso chinês de comércio eletrónico que se tornou público no mercado financeiro de Nova Iorque em setembro passado. Comprou a operadora de wireless dos EUA, em dificuldades, Sprint em 2013. Ultimamente tem estado a esbanjar grandes quantidades de dinheiro em rivais da Uber, um serviço de reserva de transporte por app.

O debate sobre se estamos ou não no meio de outra bolha tecnológica não tem tido muito impacto no financiamento disponível para as startups na internet, que permanece abundante. De acordo com o Wall Street Journal, existem no mínimo 8 startups tecnológicas com avaliações de mercado privado em excesso de $10 mil milhões. Quatro dessas companhias já se valorizaram em mais de mil milhão de dólares.

Por outro lado, uma mão cheia de companhias tecnológicas recentemente foram cotadas publicamente em valores mais baixos do que tinham atingido em mercados privados – um sinal que as coisas podem estar a acalmar.

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