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Os Estados Unidos são uma nação riquíssima, em que porém há uma distribuição de riqueza bastante desigual. Se fizermos uma relação entre características demográficas e riqueza, reparamos que os norte-americanos de origem asiática estão numa situação economicamente vantajosa.

A crescente preocupação norte-americana relativamente à desigualdade económica levanta muitas questões – sendo que uma se relaciona com os grupos demográficos. Estarão alguns com um melhor desempenho do que outros? Se sim, porquê?

Um estudo recente do Banco da Reserva Federal norte-americana em St. Louis mostra que, como comummente se assume, a educação é a chave tanto para a mobilidade como para a acumulação de riqueza. Outro importante fator, no entanto, é a tomada de decisão económica. Quando se trata de prudência financeira os caucasianos e os ásio-americanos parecem ter um melhor desempenho do que os hispânicos ou afro-americanos.

Considere os seguintes números: entre 1989 e 2013 a riqueza média das famílias caucasianas manteve-se essencialmente constante, aumentando (em dólares ajustados à inflação) de $130102 para $134008. Para as famílias hispânicas, em contrapartida, o valor cresceu significativamente mas de um ponto de partida baixo $9229 para $13900. Para as famílias afro-americanas a história é semelhante: uma subida de de $7736 para $11184.

O maior avanço foi, de longe, das famílias ásio-americanas – com um aumento de $64.165 para $94.440 (incluindo um aumento significativo desde 2010). Durante grande parte das duas últimas décadas o seu rendimento médio tem sido superior ao das famílias caucasianas – e se as tendências atuais persistirem a sua riqueza média será, em breve, igualmente superior.

Qual a explicação para isto? Desde 1989 que os ásio-americanos têm desfrutado de um grande crescimento ao nível da escolaridade. Em 2013, 65% dos ásio-americanos entre os 35 e os 39 anos detinha um diploma universitário de quatro anos – para o mesmo grupo etário: 42% dos caucasianos, 26% dos afro-americanos e 16% dos hispânicos. Ao longo do tempo estas diferenças acabam por levar ao aumento do rendimento e da riqueza.

Os hispânicos e afro-americanos têm uma riqueza inferior aos caucasianos e ásio-americanos – 90% inferior. Esta diferença é muito superior à diferença em termos de rendimento. Os hispânicos e afro-americanos ganham 40% menos do que os caucasianos e ásio-americanos.

Parte da explicação para a disparidade de riqueza envolve a tomada de decisão financeira. Os afro-americanos e os hispânicos demonstram menor diversificação de ativos e possuem o dobro da dívida dos seus pares ásio-americanos – com empréstimos a taxas de juro mais elevadas e investimentos em ativos com rendimentos mais baixos, como a habitação.

Para avaliar a tomada de decisão financeira os autores do relatório da Reserva Federal consideraram as taxas de poupança, saldos dos cartões de crédito, rácio entre dívidas e rendimento e falta de pagamentos, por parte dos indivíduos, ao longo de um ano. Nestas medidas, que os investigadores combinaram para produzir um “boletim de saúde financeira”, os ásio-americanos e os caucasianos têm estado bastante equiparáveis desde 1992 (com os ásio-americanos a superarem os caucasianos entre 2007-2013). Os hispânicos e afro-americanos não os têm acompanhado.

Você poderá pensar que o nível de educação explica as variações. Afinal, se um grupo demográfico tem mais graduados deverá ter um melhor desempenho não só em termos de rendimento e riqueza mas também ao nível do seu boletim de saúde financeira.

Mas não foi isso que o estudo constatou. Dentro das mesmas categorias de níveis de escolaridade as diferenças entre grupos demográficos permanecem quase idênticas. No boletim de saúde financeira as diferenças entre hispânicos e caucasianos, e entre afro-americanos e caucasianos, são maiores nos níveis mais elevados de escolaridade.

Em qualquer um dos níveis de escolaridade os ásio-americanos mostram muito melhor saúde financeira do que os afro-americanos ou hispânicos. Mantendo um rendimento constante conseguiram um bom desempenho na poupança de dinheiro e na precaução com dívidas.

Enquanto a educação é relevante para o rendimento e mobilidade entre gerações o bem-estar económico depende das decisões financeiras dos indivíduos – o que lhes permite acumular riqueza.

A redução da desigualdade – e a promoção daquilo a que o governador Jeb Bush chama “o direito a ascender” – passa, de forma significativa, por ajudar as pessoas a melhorar essas decisões.

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