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O país está rodeado de vizinhos hostis, com os quais já travou várias guerras, mas em pouco mais de meio século tornou-se altamente desenvolvido. Qual é a chave do sucesso de Israel?

Há três componentes principais que podem explicar a rápida evolução de Israel – uma população inicial com estudos, uma base de capital agrícola existente que rapidamente se expandiu, e um influxo de judeus russos com estudos na década de 90.

População educada

Em média, os judeus Ashkenazi que sairam da Europa no início dos anos 1900 e a seguir ao holocausto tinham uma boa educação. Tinham tendência a ser da classe média – especialmente na Alemanha.

Como tal, Israel não teve de construir uma população educada a partir do zero – o país teve desde o seu início uma população altamente educada e produtiva. Tudo o que precisava era de capital e infra-estrutura.

Além disso, as pessoas que partiram para a Palestina ou para o estado novo de Israel estavam tipicamente na sua idade de trabalho ideal (66,8% tinham entre 15-45 na imigração pré-estado, e 50,4% em ondas de imigração pós-estatais no início dos anos 50). As razões são duas: a viagem que foi difícil e foi causando uma auto-seleção de quem embarcava, e sobreviver ao Holocausto que foi mais difícil para os muito jovens e os muito velhos.

Capital

Israel teve um grande afluxo de capital nas primeiras décadas do estado, vindo principalmente a partir de duas fontes: infra-estruturas existentes – principalmente agrícolas –deixadas para trás por fugitivos ou palestinianos expulsos, e investimento de capital estrangeiro.

A base de capital agrícola da Palestina, manteve-se em grande parte – e foi muito utilizada nos primeiros anos no início do estado. A economia de Israel estava baseada na agricultura – segundo um estudo do Governo israelita:

"Em 1950, a exportação de produtos agrícolas e diamantes trabalhados compunha 75% das exportações. Passados anos, as exportações de produtos agrícolas diminuiu e nos últimos anos foi de 2% a 3%. Por outro lado, a percentagem as exportações industriais (excepto diamantes) aumentou – de 25% em 1950 para 75% (a sua maior quota), em 2001. Em 2007, atingiu 74% de todas as exportações."

O investimento de capital moderado e a modernização da agricultura, combinados com o agressivo assentamento rural dos refugiados e imigrantes judeus intensificou estes parâmetros.

2) Israel recebeu um grande fluxo de dinheiro dos judeus que ficaram no mundo ocidental, seja através de doações ou de obrigações israelitas. Por exemplo, de acordo com Golda Meir, as obrigações israelitas compunham 35% do Orçamento de Desenvolvimento Especial nacional em 1957, usado principalmente para a agricultura e para indústria.

Além disso, as reparações da Alemanha ocidental, de 1952-1966, foram responsáveis por uma parcela significativa do rendimento do governo israelita – até 87,5% em 1956.

Imigração russa

Após a queda da União Soviética, Israel viu um grande afluxo de judeus russos com estudos e na idade de trabalho ideal.

O gráfico abaixo mostra o crescimento do PIB israelita por ano. Desde o levantamento do embargo sobre a imigração por Mikhail Gorbachev, cerca de 1 milhão de judeus russos migraram para Israel. Isso provocou um surto de crescimento que durou uma década – de 1990 a 2000 – que dobrou o PIB israelita (com um aumento de 116%), com uma taxa de crescimento anual composto de cerca de 8%.

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