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As grandes superfícies comerciais de retalho provavelmente serão substituídas por serviços de entrega como o da Amazon, mas a pergunta que que se impõe colocar é como reaproveitar os edifícios das grandes lojas?

As grandes lojas americanas de retalho são a “ficção científica” de acesso fácil em qualquer cidade. A nostalgia de uma destas instalações é fraca, por isso pensar nestas lojas é relativamente fácil. O que deve perguntar-se quando passa por elas é o que irá acontecer ao bom e velho Circuit City no Crossroads Plaza ou ao Windermere Village, etc? O edifício que costumava ser um Borders, que mais tarde passou a ser um Gap e por fim passou a ser um espaço vazio? O Walmart que ficava na periferia da cidade que teve de ser fechado por “problemas na canalização”? Todos esses centros condenados, e as grandes lojas âncora de vários andares no final de longos corredores pedestres?

Irão pessoas viver para lá? Criar-se bibliotecas gigantes são uma boa opção. Algumas lojas antigas já foram transformadas em igrejas de grandes dimensões; na Florida já vi um supermercado antigo que tinha sido transformado numa faculdade empresarial. Talvez essas lojas pudessem ser adaptadas a enormes espaços de coworking de aluguer de baixo custo para trabalhos ligeiramente de pré-automação tais como “apoio ao cliente” e “produção de conteúdos”. Talvez pudessem ser transformados em parques extremamente estranhos!

Existem muitas pessoas a pensar nestas questões com muita seriedade: milhares de estruturas de grandes dimensões contruídas com um propósito específico, muitas delas compostas maioritariamente por espaços simples sem quaisquer janelas não são fáceis de se converter noutra coisa qualquer sem envolver grandes despesas. Esses espaços costumam ser referidos como “caixas-fantasma” (do inglês “ghostboxes” devido ao formato mais comum destas lojas ser semelhante ao de uma caixa e, obviamente, estarem abandonadas) e em breve serão muitos a ficar nesse estado. Este documento, por exemplo, pretende embrenhar-se nas “soluções jurídicas” (principalmente nas soluções focadas no ordenamento) que no ano de 2012 eram entendidas como sendo o resultado da crise económica.

Em 2015, a ameaça mais evidente às grandes lojas de retalho é a Amazon e o seu crescente grupo de concorrentes. A Instacart vai enviar pessoas aos supermercados para fazer as compras por si; os serviços de entrega de compras no próprio dia utilizam uma mistura de armazéns e lojas para entregar os produtos a casa dos clientes. Entretanto, a ambição da Amazon já ultrapassou a simples ideia de contruir o Walmart da internet. Está a tentar tornar-se num mercado para o trabalho; está a realizar experiências com drones; está a lançar produtos com uma marca própria nalgumas das suas maiores categorias. Também está a fazer o seguinte:

Na sua demanda incessante por realizar entregas rápidas, a Amazon.com Inc quer transformar os E.U.A. num país de entregas.

Segundo o relato de pessoas por dentro do assunto, a loja de retalho de Seattle está a desenvolver uma aplicação móvel que iria, nalguns casos, pagar a pessoas comuns para fazer entregas em rota a outras localidades, em vez de pagar a distribuidores como a United Parcel Service Inc.

A Amazon está a ficar cada vez mais desconfortável com a sua dependência de grandes empresas de entregas (incluindo a USPS), que são basicamente as suas “sócias” mas que claramente, no seu ponto de vista, representam um enorme custo e ineficiência.

De acordo com as mesmas pessoas, a perspetiva da Amazon é contratar retalhistas tradicionais nas áreas urbanas para guardar as encomendas, provavelmente a partir do aluguer dos espaços desses retalhistas ou do pagamento de taxas por encomenda. Não foi possível saber-se a altura de iniciação desse serviço da Amazon, conhecido internamente como “On My Way” (algo como “Vou A Caminho”), e é possível que a empresa não faça nada para já, disseram essas pessoas

Assim sendo, existe um novo plano! Os retalhistas online podem alugar partes de lojas de retalho físicas já existentes para começar a contruir as suas próprias redes de entregas. A seguir, depois de destruírem essas lojas, podem transformar os edifícios em centros de distribuição. Por um lado, esses armazéns serão abastecidos pela indústria de transporte de mercadorias, que surpreendentemente é muito próxima da automação, e por outro lado, estará acessível para pessoas comuns poderem utilizar os seus próprios carros para distribuir as encomendas da Amazon aos seus vizinhos e ganhar uns dólares extra como freelancer.

E por último, quando esses carros começarem a conduzir sozinhos, esses velhos edifícios irão cingir-se ao seu papel de centro numa nova economia de retalho à base de carros, muito semelhante à anterior, exceto que raramente seria preciso sair de casa a não ser para receber os produtos que pode de alguma forma adquirir pelos drones terrestres ou aéreos que o aguardam naquela que costumava ser o seu caminho de acesso. Por falar nisso, aqueles telhados planos do Walmart davam um bom sítio para alojar os quadricópteros.

Por isso… problema resolvido? Foi apenas uma coisa para pensar na próxima vez que estiver na fila do Dick’s Sporting Goods.

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