O petróleo já chega até ao mar
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Na tentativa de obter maiores lucros, muitos negociantes de petróleo estão a armazená-lo em navios para vendê-los mais tarde.

Enquanto os negociadores já estão a lucrar com o excedente, ao armazenar petróleo em reservatórios em terra pelo mundo inteiro – incluindo na pequena ilha de Santa Lúcia nas Caraíbas – expandir o armazenamento para petroleiros no mar pode estar a chegar ao ponto onde se torna lucrativo, de acordo com a Citigroup Inc., a Goldman Sachs Group Inc e a IHS Maritime & Trade. Uma estrutura chamada de contango, quando o preço de uma matéria-prima a ser entregue no futuro é mais alto do que se fosse vendida hoje, tem-se movido na direção certa.

Navios carregados com petróleo, aparcados ao largo das costas de Singapura ao Golfo do México, tornou-se uma opção depois da crise financeira mundial, enquanto o alargamento do contango permitia aos negociadores com acesso a armazenamentos de conseguir lucrar. Enquanto o spread se expandia outra vez com o excesso mundial de oferta, o proprietário de petroleiros Frontline Ltd fielded realizou inquéritos no mês passado sobre as opções de armazenar petróleo no mar.

“Apesar do contango não se ter espalhado ainda o suficiente, pode-se espalhar se a OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo) continuar a produzir em excesso relativamente à procura,” disse por e-mail Frode Moerkedal, um analista da Clarksons Platou Securities.

Com a OPEP a produzir mais do que a quota de 30 milhões de barris por dia há mais de um ano, os planos do Irão de aumentar a produção depois das sanções serem levantadas, ameaçou piorar o excesso de oferta – uma condição do mercado que tende a agravar o contango. Isto pode levar a mais petróleo armazenado no mar durante o quarto trimestre, de acordo com Andrew Scorer, um analista da IHS Maritime & Trade.

A oportunidade de lucro requere um maior aprofundamento da curva de futuros do Brent, com as taxas de frete atuais, reportou a Goldman num relatório datado de 11 de Setembro. O alargamento do spread traz o potencial armazenamento flutuante de “volta ao jogo”, disse a Citigroup este mês.

O spread teria que chegar aos $4 por barril durante um período de 3 meses para ser viável, de acordo com as estimativas da E.A. Gibson Shipbrokers Ltd a 23 de Setembro. O petróleo Brent para liquidação em Novembro estava a um desconto de $2,08 para os contratos de Fevereiro no mercado de Futuros Europeus da ICE (Bolsa Internacional de Futuros) de Londres às 11:52 da manhã, de Hong Kong.

“Quando o petróleo iraniano estiver no mercado, poderá começar a afetar os spot prices (preço ou cotação de um ativo para compra imediata) do petróleo bruto, que eventualmente poderá abrir o contango outra vez,” disse por telefone Nikhil Jain, um analista da Drewry Shipping em Nova Deli.

O spread durante um período de três meses precisa de chegar aos $3,30 o barril antes que o armazenamento flutuante pudesse funcionar, disse Nikhil.

Enquanto a Frontline responde a questões sobre opções de armazenamento, Paddy Rodgers o CEO da Euronav, um dos maiores proprietários de superpetroleiros, vê o petróleo ser armazenado no mar nos próximos 4 a 5 meses. O aumento do armazenamento flutuante pode também limitar o mercado de transporte marítimo e aumentar as tarifas de frete, de acordo com Scorer da IHS.

Navios de lixo

A tarifa diária para contratar transportadores de petróleo bastante grandes no parâmetro de referência da rota do Médio Oriente à Ásia, aumentou 0,3% para $70,098 por dia no dia 25 de Setembro, de acordo com os dados da Baltic Exchange. Isto é menos 26% desde o pique em Julho deste ano. As tarifas andarão na média dos $54,112 em 2015, de acordo com um estudo de análise do transporte marítimo da Bloomberg.

Enquanto os analistas veem condições favoráveis para o comércio do contango no mar a aproximar-se, as encomendas de armazenamento flutuante estão a voltar ao mercado do petróleo, de acordo com a Clarksons. A procura também providenciará um impulso às maiores companhas mundiais incluindo a Vopak NV e a Kinder Morgan Inc.

A GMS Inc, mais conhecida como uma recicladora de navios, fretou o seu primeiro petroleiro que foi usado como armazenamento flutuante nos últimos 12 meses, de acordo com o CEO Anil Sharma. Comprado em 2014 o navio foi alugado a um cliente que usou o navio como armazém de petróleo no Médio Oriente. A carga já foi descarregada no Extremo Oriente.

“É mais tipo um evento do Cisne Negro (acontecimento inesperado que tem um enorme impacto),” disse Sharma, que fundou a empresa em 1992. “Não é algo que seja fácil de replicar. Tem que se ter sorte, tem que se estar no sitio certo à hora certa.”

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