Google e Samsung na batalha pelos pagamentos móveis
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A Google e a Samsung anunciaram aspetos interessantes relacionados com seus serviços de pagamentos, mas essas iniciativas ainda têm vários entraves consideráveis pela frente.

Estes sistemas de pagamento da Google (NASDAQ: GOOG) e da Samsung foram criados para concorrerem com o Apple Pay da Apple e fazem parte de uma tendência maior da tecnologia de pagamentos móveis. No entanto, a adoção em massa de tais métodos de pagamento ainda se encontra à mercê dos grandes bancos e comerciantes, sendo que isso pode muito bem vir a ser o maior fator limitativo desta tecnologia à medida que a Google, a Samsung e a Apple (NASDAQ: AAPL) lutam pelo domínio do mercado. Outros fatores incluem as preocupações dos consumidores em relação à segurança e alguns desafios tecnológicos.

Para além de ter anunciado os seus novos smartphones na terça-feira – o Nexus 6P e o Nexus 5X – a Google desvendou um novo sistema operativo chamado Marshmallow e disse que iria incluir uma versão em aplicação (ou app) do Google Wallet mais simples, o Android Pay.

Também nesta semana a Samsung lançou o Samsung Pay nos EUA. e as poucas críticas que recebeu foram positivas, salientando o facto de este sistema funcionar em retalhistas, coisa que o Apple Pay e o Android Pay não fazem.

Tal acontece porque o Samsung Pay utiliza a Magnetic Secure Transmission (MTS – Transmissão Magnética Segura), para além dos sistemas Near Field Communications (NFC – Comunicação de Campo Próximo) para realizar os pagamentos digitais. A primeira tecnologia referida interage com os tradicionais leitores de cartões de crédito, o que permite ao Samsung Pay ser utilizado em qualquer sistema de loja existente. Em contrapartida, para se ter o Apple Pay e o Android Pay é preciso que as empresas instalem novas caixas registadoras compatíveis com os sistemas NFC, um fator óbvio a obstruir o crescimento das suas ofertas atuais.

Entretanto, as preocupações dos consumidores em relação à segurança também estão a abrandar a utilização destes sistemas por parte dos utilizadores. O Banco de Reserva Federal reporta que quase 60% das pessoas ainda não utiliza os sistemas de pagamento móveis por receio de uma violação de segurança. Contudo, a tecnologia é bem mais segura do que passar o cartão de crédito no leitor. Isto acontece devido à utilização do serviço de Tokenização digital, que coloca determinados números específicos a substituir uns mais sensíveis como os números do cartão de crédito, durante as transações.

Tal como referido anteriormente, o maior fator a obstruir o crescimento é muito provavelmente as grandes instituições financeiras.

Em muitos casos, os bancos e as empresas de cartões de crédito ainda se encontram a determinar quem pode adotar estas novas plataformas de pagamento. A Samsung já fez parceria com alguns bancos para o Samsung Pay. Entre esses estão incluídos o JPMorgan Chase (NYSE: JPM), o U.S. Bancorp (NYSE: USB) e o Bank of America (NYSE: BAC). Também fez parcerias com redes de cartões de crédito como a MasterCard (NYSE: MA), a Visa (NYSE: V), a Discover Financial Services (NYSE: DFS) e a American Express (NYSE: AXP), mas a Samsung ainda se encontra em negociações com a Verizon Communications (NYSE: VZ). Quanto ao Android Pay, apenas 13 bancos assistem atualmente o sistema, apesar das promessas da Google de que mais bancos estão a querer adotar a sua tecnologia.

As iniciativas de pagamento das empresas de tecnologia como a Apple e a Google estão a forçar os bancos a arranjar as suas próprias versões concorrentes, o que pode levar a que no final, as grandes instituições continuem a exercer o controlo.

“As novas e perturbadoras tecnologias de pagamento, em conjunto com o empréstimo, o crowdfunding e a gestão de riqueza estão a forçar os principais bancos a repensar as suas estratégias tecnológicas”, disse Ryan Feit, CEO e cofundador da SeedInvest. “Como resultado, os bancos estão a começar a ter o bom senso de lançar as suas próprias incubadoras e fundos como forma de garantir que acompanham o quanto antes o ritmo das tecnologias financeiras emergentes.”

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