Cada vez há menos dinheiro nas ruas da Suécia
Fredrik Sandberg/Reuters
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Saiba como a Suécia se está a tornar numa sociedade em que a facilidade de efetuar pagamentos digitais substitui cada vez mais o uso das notas e as moedas.

Os pagamentos digitais tornaram-se tão omnipresentes, que uma tentativa de realizar uma transação em dinheiro a partir de um banco sueco pode provocar olhares suspeitos ou uma denúncia na polícia, segundo Niklas Arvidsson, professor do Instituto Real de Tecnologia em Estocolmo.

Arvidsson, que se especializa em economia e gestão industriais, mostrou numa pesquisa recente que a Suécia se pode tornar na primeira sociedade no mundo sem dinheiro em numerário. Ele atribuiu o desaparecimento das notas à aprovação das novas tecnologias, desenvolvimento de sistemas de pagamento móveis e uma luta ativa governamental contra a corrupção que ajuda os cidadãos a se sentirem seguros com o dinheiro eletrónico. Arvidsson afirmou:

“Usamos pouco dinheiro em numerário, e este está a desaparecer rapidamente.”

Os dados do Banco Central da Suécia confirmam a sua declaração.

Na verdade, o país tem avançado pouco a pouco, durante muitos anos, em direção a um sistema sem notas e moedas. Os pagamentos digitais são aceites quase em toda parte, desde os bilhetes de autocarros até quiosques de revistas; a federação comercial sueca afirma estar “a levar o mundo a um comércio sem dinheiro em numerário”.

Porém, os dados do Banco Central Europeu mostram que os suecos, apesar de gostarem de cartões bancários e pagamentos digitais, continuam a levantar um pouco de dinheiro nas caixas multibanco. As sondagens do banco central do país provam que 41% dos suecos ainda preferem pagar em dinheiro algo que custe menos de 100 coroas. Por sua vez, a Organização Nacional dos Reformados Suecos que representa cerca de 400 mil idosos do país, afirma que 7% dos seus membros nunca usam cartões bancários.

Entre os obstáculos no caminho em direção a uma sociedade totalmente sem dinheiro em numerário estão o crescimento da taxa de tentativas de fraudes, desconforto quanto às pegadas eletrónicas pessoais, o problema dos serviços prestados aos turistas e a segurança.

Um bom exemplo — o jornal The Guardian informou que, neste verão num festival de música sueco sem dinheiro em numerário foi instalado o caos quando o sistema de pagamento avariou.

É também provável que antes que a Suécia ganhe o título do primeiro país sem dinheiro em numerário, outros países o façam.

O próprio Arvidsson admite que a Suécia talvez nunca consiga deixar de usar completamente as notas e as moedas: haverá sempre um certo sentimentalismo sobre as notas do país, mesmo que a sua utilização não seja conveniente para as pessoas.

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