Atualmente mais de dois milhões de portugueses vivem fora de Portugal, a maior proporção de emigrantes de todos os países da União Europeia.
Um estudo do Observatório da Emigração revelou hoje que mais de 20% dos portugueses são emigrantes no estrangeiro, uma percentagem superior à de qualquer outro país da União Europeia.
Segundo o Observatório, a saída de portugueses do país tem sido um fenómeno constante desde a II Guerra Mundial, aumentando bastante nos anos 60 do século passado. Porém, a tendência sofreu uma aceleração de mais de 50% a partir de 2010. Em 2013 e 2014 o número de cidadãos que saíram do país atingiu os 110 mil por ano, valor que não era registado desde 1973.
O estudo realça que Portugal está agora “mais vulnerável aos efeitos da atual grande vaga de emigração, até porque não se vislumbra no horizonte qualquer movimento de regresso em grande escala equivalente” aos retornados de África, que regressaram ao país em meados dos anos 70, depois da independência das colónias portuguesas e das nacionalizações que ocorreram subsequentemente nesses territórios.
O Observatório nota que entre os destinos preferidos dos portugueses que emigraram recentemente, surge em primeiro lugar o Reino Unido (com 30 mil emigrantes em 2013), seguidos da Suíça (20 mil em 2013), França (18 mil em 2012) e Alemanha (10 mil em 2014).
Já fora da Europa os destinos mais comuns são Angola (5 mil em 2014), seguido de Moçambique (4 mil também em 2014) e Brasil (2 mil no mesmo ano).
Emboras a emigração portuguesa para o exterior seja de contornos legais, o estudo do Observatório da Emigração nota que entre os emigrantes portugueses predominam os indivíduos “com baixas e muito baixas qualificações”, sendo contudo de realçar que há “um crescimento significativo da proporção dos mais qualificados”, registando-se um aumento da percentagem de portugueses com qualificações superiores que residem nos países da OCDE dos 6% de 2001 para 11% em 2011.