A comissão polítca do Bloco de Esquerda aprovou o documento resultante das negociaçõs com o PS, faltando agora aos socialistas completar as negociações com o PCP.
O anúncio foi revelado pela porta-voz do Bloco de Esquerda Catarina Martins no Twitter por volta da uma da manhã de ontem (quinta-feira). O Bloco apoiou o acordo com os socialistas, depois de um encontro da comissão política do partido.
Ao mesmo tempo a comprovação foi publicada na página oficial do PS na internet: “A Comissão Política do BE aprovou na noite de quinta-feira o documento de trabalho resultante das negociações do Bloco com o Partido Socialista. A Comissão Política congratula-se com este resultado.”
“Pela parte do Bloco, as negociações com o PS estão concluídas e estão reunidas as condições para um acordo à esquerda pela proteção do emprego, dos salários e das pensões”, de acordo com o mesmo comunicado. Desta forma o Bloco concluiu as negociações com o Partido Socialista.
O passo à frente dado pelos chefes do Bloco de Esquerda reafirma as declarações que têm sido feitas por Catarina Martins ultimamente. Na quarta-feira ela manifestou-se “certa” de que haveria acordo do governo com a esquerda que permitisse reprovar o programa da coligação no Parlamento. Antes, no domingo, a porta-voz do BE já tinha divulgado alguns pormenores sobre as providências debatidas: “Há acordo para que as pensões sejam todas descongeladas e as mais baixas terão mesmo um aumento real”.
Nesta semana, à medida que Antónia Costa e a restante delegação dos socialistas discutiam com comunistas e bloquistas, foram sendo anunciados alguns detalhes sobre a parte técnica do acordo:
- redução da TSU exclusivamente para salários até 600 euros por mês;
- pensões até 628 euros com acréscimo de 0,3%;
- IVA da restauração nos 13%;
- alterações no IRC;
- sobretaxa anulada ao fim de dois anos;
- salários repostos na totalidade dentro de um ano.
Além disso, a coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou que estavam a ser analisados com o PS vários modos sobre como prosseguir nos primeiros meses do próximo ano em que ainda não haverá Orçamento do Estado vigente e os salários dos funcionários públicos deverão ser compensados completamente, ao mesmo tempo que a sobretaxa do IRS cairá.
Enquanto isso, continua pendente a possibilidade de os socialistas fecharem dois acordos em separado, um com o Partido Comunista Português e outro com o BE, ao invés de celebrar um único pacto de compromisso que inclua as três forças políticas. Tal só será esclarecido quando se concluirem as negociações com o PCP.