Os deputados do PS, do BE, do PCP, do PEV e do PAN aprovam a moção de rejeição ao governo PSD/CDS. A bolsa está serena.
Com 123 votos favoráveis dos partidos à esquerda e 107 contra, o PS apresentou a primeira das moções já prometidas e conseguiu chumbar o programa de Governo de Passos e Portas, pelo que não houve necessidade de votar as restantes moções apresentadas pelo BE, PCP e PEV.
O chumbo ao programa de Governo dividiu o Parlamento com 123 votos a favor e 107 contra. O deputado do PAN votou ao lado da esquerda e contra o programa de governo da coligação.
A rejeição ocorreu próximo da hora de fecho das bolsas e a queda da bolsa de Lisboa foi pouco significativa. Apesar de ontem o PSI 20 ter mostrado sinais de nervosismo face à instabilidade política - fechando a perder mais de 4% na terceira pior sessão do ano -, esta terça-feira a praça de Lisboa encerrou com perdas contidas de 0,33% numa Europa na linha de água.
"É incorrecto olharmos para esta recuperação do PSI20 como consequência do acordo alcançado pela esquerda, uma vez que era praticamente certo que tal viesse a acontecer, estando portanto já descontado no preço dos activos", refere Pedro Ricardo Santos, gestor da XTB Portugal, ao Diário Económico.
Depois de 11 dias de investidura, o Governo PSD/CDS cai esta terça-feira, tornando-se assim num dos Governos mais curtosda história da democracia portuguesa.
António Costa diz-se preparado para assumir o cargo de primeiro-ministro e selou hoje três acordos com BE, PCP e PEV que prevêem medidas anti-austeritárias como a reposição mais rápida de salários na Função Pública, da sobretaxa de IRS, a redução da taxa de IVA na restauração, a reversão das concessões e privatizações, a reposição de feriados e o fim da requalificação na Função Pública.
Porém os acordos escritos não impedem a aprovação de moções de censura a um futuro executivo de Costa nem garantem a aprovação dos orçamentos de Estado, o que pode pesar na direção de Cavaco Silva de dar posse ou não a um governo socialista.
Nos próximos dias o Chefe de Estado deverá ouvir várias personalidades e segundo o Económico deverá tomar uma decisão no início da próxima semana.