Passos quer mudar Constituição e suscita críticas
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Passos Coelho desafia o partido Socialista a alterar a Constituição de modo a que se possa convocar imediatamente novas eleições e chovem críticas até de membros do seu partido.

Pedro Passos Coelho avisou o PS que se quer ser Governo "em alternativa de quem ganhou" e governar com apoio popular deve "garantir soluções para a dissolução do Parlamento".

Numa declaração em Lisboa, Passos lançou ontem um contra-ataque a António Costa e sugeriu uma solução de alteração constitucional para a crise política:

"Estou disponível para abrir agora uma revisão extraordinária para mudar e pode haver a dissolução do Parlamento".

Num duro ataque a António Costa, Passos desafiou o líder do PS a aceitar se não quer assumir um "Governo golpista e fraudulento".

Mas a proposta de Passos Coelho suscita duras críticas, até no seio do próprio partido. O antigo juiz do Tribunal Constitucional Paulo Mota Pinto diz que a proposta é “mero argumento na luta político-partidária” e irrealista.

O militante do PSD explica na sua página pessoal do Facebook que tal torna-se evidente quando “o apoio do PS é sempre imprescindível para a revisão constitucional, e é sabido que não o dará na actual situação”.

“A revisão constitucional não deve ser usada como arma na luta político-partidária quotidiana, nem deve ser feita a reboque de uma situação ou caso concretos”, alerta Mota Pinto.

Também Gonçalo de Almeida Ribeiro, perito em Direito Constitucional e professor na Universidade Católica, considera que uma revisão constitucional extraordinária para possibilitar eleições antecipadas é "uma solução a quente" de sentido "altamente discutível".

A estas vozes junta-se a de Manuela Ferreira Leite, no seu espaço de análise política no canal TVI24, ao considerar uma revisão constitucional neste momento como algo “impensável”.

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