Turquia avisara duas vezes sobre terrorista luso-descendente
AP Photo/Michel Spingler
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Fonte oficial turca afirma que os serviços do país tinham já feitos dois avisos sobre a perigosidade de Omar Ismael Mostefai.

Omar Ismael Mostefai, cidadão francês de 29 anos, filho de mãe portuguesa e pai argelino, foi encontrado morto nos escombros perto da sala de espetáculos Bataclan e foi identificado através das impressões digitais.

O jornal The Guardian foi informado por uma fonte oficial da Turquia de que as autoridades turcas tinham enviado dois avisos sobre o suicida bombista Omar Ismail Mostefai, em dezembro de 2014 e junho de 2015, mas que só receberam um pedido de informações sobre o mesmo depois dos atentados em Paris.

A fonte turca revelou que Mostefai entrou na Turquia em 2013, não existindo nenhum registo sobre o momento em que ele abandonou o país.

“Não tivemos reações da França sobre o assunto”, disse o responsável turco. “Foi somente após os ataques de Paris que as autoridades turcas receberam um pedido de informações sobre Omar Ismail Mostefai”, acrescentou.

Ismael Mostefai é o irmão do meio de cinco irmãos. Trabalhava numa padaria, segundo informações de um vizinho. Nasceu a 21 de novembro de 1985, em Courcouronnes, uma zona de subúrbio pobre de Paris — a cerca de 35 quilómetros da capital. Vivia na zona de Chartres.

A investigação policial indica que Omar foi um dos terroristas que se fez explodir, causando a morte a 89 pessoas na zona do Bataclan. O luso-descendente tinha já sido sinalizado como um alvo de alto risco da radicalização islâmica em 2010 mas nunca tinha sido “implicado numa investigação ou numa organização de terrorismo”, clarifica o procurador de Paris, Francois Molins. Omar já tinha registo criminal de oito condenações, mas sem pena de prisão. Os crimes foram cometidos entre 2004 e 2010, segundo a Bloomberg. Importa agora saber se Omar Ismael Mostefai esteve na Síria este ano.

Ao que tudo aponta, Ismael terá estado na Síria em 2013 e regressado em 2009. A televisão francesa RFMTV mostra ainda o luso-descendente em imagens num vídeo rap de 2009.

“Era uma família normal, como outra qualquer. Ele brincava com os meus filhos. Nunca falava sobre religião. Era uma pessoa normal. Tinha alegria de viver. Ria-se muito”, contou um vizinho de Omar que não quis ser identificado, ao The New York Times.

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