Ministro dos negócios estrangeiros não exclui a eventualidade de ataques terroristas em território nacional, mas considera que não há motivos para que vivamos com medo.
Ontem (segunda-feira), o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, disse em Bruxelas, que, embora Portugal até agora tenha sido “poupado” a ataques terroristas, “não existem garantias absolutas” de que não seja alvo, justificando-se assim “medidas cuidadosas de segurança”.
De acordo com o ministro “há razões para tomar medidas cuidadosas de segurança. Não há razões para todos os dias temermos que exista um ataque, mas evidentemente que é uma situação delicada e não pode ser considerada de ânimo leve. Portugal, por razões geográficas, por um lado, e sociológicas, por outro, felizmente tem sido poupado e há esperança que continue a sê-lo, mas garantias absolutas não existem”, disse.
O ministro salientou que o encontro da União Europeia para “tratar especificamente de medidas do ponto de vista policial e dos serviços de informação” está reservada para a reunião de emergência de ministros do Interior da UE agendada para a próxima sexta-feira, pois os chefes de diplomacia abordam mais questão a nível de política externa”, Rui Machete comentou ainda assim que considera que o reforço da troca de informação entre os Estados-membros “é fundamental”, e já serviu para desmantelar “muitas células terroristas” em solo europeu.
“Eu, por exemplo, entendo que em relação ao Magrebe os serviços de intelligence (informações) portugueses devem cooperar de uma maneira estreita, e já estão a cooperar. Isso é fundamental porque o ISIS (o grupo extremista Estado Islâmico) não para numa fronteira, considera que todo o ocidente e alguns países muçulmanos e outras opções religiosas maioritárias são terras que devem ser punidas por essa circunstância”, observou.
A presidência luxemburguesa da União Europeia convocou a pedido da França uma reunião extraordinária dos ministros do Interior da União Europeia, para a próxima sexta-feira em Bruxelas, para reforçar a luta antiterrorista.
“Na sequência dos trágicos acontecimentos em Paris, esta reunião extraordinária vai reforçar a resposta europeia, assegurando o seguimento das medidas tomadas”, indicou a presidência luxemburguesa da UE.