Conheça os detalhes da operação da manhã de hoje, destinada a capturar o cérebro por detrás dos atentados de Paris.
Duas pessoas morreram enquanto a polícia levou a cabo um cerco de 7 horas a um apartamento onde se suspeitava que se encontrasse o cérebro por detrás dos ataques da passada sexta-feira, Abdelhamid Abaaoud.
Uma mulher fez-se explodir com um cinto suicida e um outro suspeito foi alvejado. Foram efetuadas sete detenções.
Mas não é claro o que aconteceu a Abdelhamid Abaaoud. Inicialmente pensava-se que ele tivesse coordenado os ataques a partir da Síria, mas o procurador François Molins afirmou que os servições de informações indicaram que ele se encontra em Paris.
A operação começou às 4:20 da manhã, hora local em Saint-Denis, a mesma zona que o Stade de France. De acordo com Molins, a operação foi desencadeada depois de escutas telefónicas e operações de vigilância terem sugerido que Abaooud, um belga de ascendência marroquina, estava no local.
A polícia armada selou St. Denis
Alguns polícias usavam máscara
Foram chamadas ambulâncias ao local
O procurador afirmou que uma mulher, que de acordo com os media franceses é familiar de Abaaoud, detonou os explosivos no seu cinto pouco depois do cerco ter começado.
Outro suspeito foi morto por granadas e balas da polícia.
Três homens foram detidos no apartamento. Outros dois foram encontrados escondidos nos destroços e outros dois, incluindo o homem que providenciou o alojamento, foram também detidos.
É ainda impossível saber que são os detidos, afirmou Molins. Está-se ainda a proceder à identificação dos mesmos.
Saint-Denis multicultural
Saint-Denis é um subúrbio multicultural, multirreligioso e multiétnico. Lá moram africanos, indianos, chineses, turcos e muitos outros.
Muitos têm o estatuto de “sans-papiers”, o que significa que não têm um estatuto legal e um bilhete de identidade que lhes permita encontrar trabalho.
Um jornalista da BBC afirmou que durante a sua visita ao local ouviu muitas vezes utilizar-se os termos “nós vs. os outros” quando as pessoas se referiam a sim próprios como os habitantes dos subúrbios e aos outros como os parisienses.
Enquanto a operação ocorreu, as vias foram bloqueadas em redor da Rue de la Republique por veículos de soldados e polícia armada.
Os residentes locais, que foram instruídos para não sair à rua, falaram de tiroteios contínuos e fortes explosões.
Amine Guizani disse à Associated Press que ouviu sons de granadas e fogo de metrelhadora.
“Dispararam durante uma hora, non-stop. Havia granadas. Disparavam, paravam, depois as Kalashnikovs começavam outra vez” disse ele.
O ministro francês do interior Bernard Cazeneuve elogiou as forças de segurança por operarem “sob fogo durante um número de horas e em condições nunca antes vistas”.