Na sequência da carta enviada pelos Socialistas às dúvidas ontem suscitadas pelo Presidente, Cavaco Silva reuniu-se esta manhã com António Costa e indigitou-o como primeiro-ministro.
Depois de uma hora de reunião António Costa sai de Belém sem dizer mais do que um “bom dia” aos jornalistas. Mas no site da Presidência da República as dúvidas foram dissipadas: António Costa foi indigitado como primeiro-ministro.
Cavaco Silva tinha marcado esta nova reunião com António Costa depois de ontem ao fim da tarde receber a carta do líder do PS com as respostas às suas dúvidas quanto às seis "omissões" que o Presidente da República encontrou nos acordos assinados à esquerda.
E hoje (terça-feira) no comunicado divulgado no site da Presidência, Cavaco Silva informou que "tomou devida nota da resposta do Secretário-Geral do Partido Socialista às dúvidas suscitadas pelos documentos subscritos com o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista 'Os Verdes' quanto à estabilidade e durabilidade de um governo minoritário do Partido Socialista, no horizonte temporal da legislatura".
O chefe de Estado reconheceu que manter o Governo de Passos Coelho "em funções", "limitado à prática dos atos necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos, não corresponderia ao interesse nacional", pelo que acaba o comunicado a divulgar que decidiu "ouvidos os partidos políticos com representação parlamentar, indicar o dr. António Costa para primeiro-ministro".
Leia na íntegra a informação colocada no site da Presidência da República:
Na sequência da audiência hoje concedida pelo Presidente da República ao Secretário-Geral do Partido Socialista, Dr. António Costa, a Presidência da República divulga a seguinte nota:
"As informações recolhidas nas reuniões com os parceiros sociais e instituições e personalidades da sociedade civil confirmaram que a continuação em funções do XX Governo Constitucional, limitado à prática dos atos necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos, não corresponderia ao interesse nacional.
Tal situação prolongar-se-ia por tempo indefinido, dada a impossibilidade, ditada pela Constituição, de proceder, até ao mês de abril do próximo ano, à dissolução da Assembleia da República e à convocação de eleições legislativas.
O Presidente da República tomou devida nota da resposta do Secretário-Geral do Partido Socialista às dúvidas suscitadas pelos documentos subscritos com o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista "Os Verdes" quanto à estabilidade e durabilidade de um governo minoritário do Partido Socialista, no horizonte temporal da legislatura.
Assim, o Presidente da República decidiu, ouvidos os partidos políticos com representação parlamentar, indicar o Dr. António Costa para Primeiro-Ministro."