O “Gandhi de Lisboa” é notícia nos jornais da Índia
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António Costa toma hoje posse como primeiro-ministro de Portugal, facto que devido às origens goesas merece destaque na imprensa indiana.

Os jornais destacam as raízes goesas de António Costa, recordando o pai, Orlando Costa, poeta comunista goês de casta brâmane, e a sua ligação a Margão, em Goa, onde ainda tem alguns familiares.

O The Times of India lembra que António Costa é chamado de “Babush” (que significa “menino” em concani, o dialeto de Goa) pelos familiares.

O jornal realça que uma das principais características do advogado António Costa é a “tranquilidade” e fazem um perfil da sua vida e carreira política, sublinhando que desde a juventude esteve ligado a movimentos de esquerda e cedo assumiu “elevados” cargos governativos em Portugal.

O India Today adianta que António Costa é conhecido como o “Gandhi de Lisboa”, cidade onde nasceu e onde cedo se interessou pela vida política.

O The Times of India frisa as dificuldades que António Costa enfrentou nas últimas semanas, após o derrube do Governo de Passos Coelho, para que o Presidente da República o nomeasse primeiro-ministro.

Este jornal fala no panorama conservador em Portugal que procurou afastá-lo do poder e que o acusa de chegar a primeiro-ministro de forma ilegítima. Recorda ainda as palavras de Manuela Ferreira Leite, que comparou a reviravolta na política portuguesa após a moção de censura ao Governo de Passos Coelho a “um verdadeiro golpe de Estado”. E em simultâneo lembra que Costa admitiu estar a “derrubar os últimos restos de um muro de Berlim”.

A imprensa indiana destaca também os desafios que o governo liderado por Costa tem pela frente e a promessa do mesmo em acabar com a austeridade, elencando as medidas anunciadas pelo PS.

Já o Zee News salienta que António Costa foi “forçado a fazer concessões de risco com a esquerda radical”, o que “terá impacto sobre o seu orçamento”.

Também o ‘Hindustantimes’ destaca que os socialistas, liderados por António Costa, “uniram-se numa aliança sem precedentes com os comunistas, Verdes e Bloco de Esquerda para derrubar o governo minoritário de linha conservadora, o mais curto na história de Portugal, com apenas 11 dias de governação”.

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