Direita irá avançar com moção de rejeição ao novo governo
REUTERS/Eriv Vidal
Página principal Análise

Passos Coelho e Paulo Portas decidiram levar a votos, na próxima quinta-feira, uma moção de rejeição do programa de Governo da esquerda.

O objetivo da moção é deixar vincado que o PSD e o CDS consideram o Governo do PS “politicamente ilegitímo” por não ter ganho as eleições e pela forma como derrubou o governo (minoritário) da coligação e que consideram o seu programa de ação da esquerda perigoso para o país.

Assim o texto da moção será conjunto. “Fomos a eleições juntos, ganhamos as eleições juntos, é normal que defendamos o resultados juntos” , confirma ao Observador uma fonte do CDS.

Já esta manhã, o Expresso noticiara que Portas tinha alertado os seus aliados para os riscos de António Costa poder acusar a direita de ter cedido à “consistência e estabilidade” do projeto da esquerda, caso PSD e CDS não reprovassem formalmente o programa do Governo. Essa tese foi também defendida por Marques Mendes no seu comentário na SIC, este domingo (“caso contrário, António Costa dirá sempre: ‘vocês até deixaram passar este Governo’”, disse o ex-líder do PSD).

Mas sabe-se que a discussão não foi linear nos dois partidos, pois houve quem defendesse que levar a votos uma moção de rejeição, sabendo que ela será rejeitada pelo PS, BE, PCP e Verdes, acaba por reforçar a ideia de que os partidos da esquerda estão mesmo unidos.

“A esquerda quer passar a ideia de que tudo é normal – e isso era ceder à lógica da esquerda. É preciso ser lógico e consequente, vincando que nunca o faríamos se o PS tivesse ganho as eleições”, justifica ao Observador uma fonte centrista, no que qualifica de “liturgia da vitória eleitoral perdida”. A rejeição do programa do PS será a primeira etapa dessa liturgia. E quais serão as próximas? “Ver-se-à etapa a etapa”.

Por favor, descreva o erro
Fechar