S&P admite descer rating de Portugal
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Agência de rating avisa que manutenção do rating da dívida nacional depende de manutenção de determinadas políticas do governo anterior.

A agência de rating pode fazer descer o rating da dívida do país se a política económica do governo de António Costa divergir consideravelmente da política atual, como, por exemplo, a eventual suspensão de determinadas reformas estruturais. Tal decisão pode também ser tomada caso o novo governo se desvie das expectativas correntes da agência ou "se o ajustamento externo for interrompido".

Esta é a primeira vez em que a Standard & Poor's se manifesta publicamente sobre Portugal desde a tomada de posse do novo Executivo.

No momento atual, a agência de notação financeira concede ao país a marca BB+, com uma perspetiva "estável", tendo esta expectativa sido melhorada a 18 de setembro, quando também aumentou o nível da classificação da dívida de Portugal, deixando-a a um nível de abandonar a posição "lixo" (investimento puramente especulativo).

A decisão da S&P surgiu algumas semanas antes das eleições legislativas. Na altura, apesar das eleições poderem "resultar num cenário político mais fragmentado", a agência esperava que reversões das políticas fossem "improváveis, reflectindo um consenso político relativamente forte".

A Standard & Poor's acreditava ainda que o novo governo se iria comprometer "com políticas que sustentem o crescimento económico e mais consolidação orçamental".

Já em Novembro, Moritz Kraemer, o responsável pela análise de Estados soberanos da S&P, afirmava que “o Partido Socialista em Portugal não é o Podemos ou o Syriza”. Ele não esperava que pudesse acontecer uma inversão com medidas absolutamente diferentes.

Em Novembro, a DBRS, a única agência de classificação de risco a manter a notação do país acima de "lixo", passou a mostrar-se preocupada em relação ao impasse político a que se assistia em Portugal no pós-eleições legislativas.

Adriana Alvarado, analista da DBRS que acompanha o decorrer da situação no país admitia preocupação caso houvesse “um acordo [partidário] que levasse a um enfraquecimento do empenho político num maior acerto orçamental e numa prudência orçamental em geral”.

Posteriormente, a 13 de Novembro, Alvarado mencionava ter tido "uma conversa com Mário Centeno" que lhe "reassegurou o compromisso com as regras orçamentais europeias".

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