Analistas preveem que uma recuperação do petróleo na segunda metade de 2016 irá valorizar as moedas dos países exportadores.
O fraco mercado petrolífero deverá passar por alguma recuperação em 2016, oferecendo subidas potenciais para as moedas dos países produtores de petróleo. Eis o que disse Dominic Schnider, diretor de matérias-primas e forex Ásia-Pacífico da UBS Wealth Management:
“O mercado do petróleo está com excesso de oferta, não apresenta boas perspetivas a curto prazo, mas deverá haver uma história de recuperação na segunda metade do ano.”
Uma subida no preço do petróleo daria algum impulso às moedas dos países exportadores, particularmente o dólar canadiano que também está ligado de perto à economia dos EUA que está a dar sinais de recuperar o ritmo, disse ele à CNBC.
O dólar canadiano caiu este ano 20% face ao dólar americano devido à queda dos preços do petróleo que fez com que os preços do crude caíssem cerca de 40% ao longo deste ano.
O WTI norte-americano e o Brent estão agora a ser negociados a mínimos de vários anos de cerca de $38 o barril devido a um excesso de oferta aliado a produção crescente e ao facto da OPEP se manter firme no seu teto de produção de 30 milhões de barris por dia.
Mas Schnider da UBS não é o único que vê margem de recuperação no petróleo.
Apesar da queda e das perspetivas pouco animadoras no curto prazo, os preços estão artificialmente baixos devido a vendas de finais de ano e a uma “desconexão massiva entre a realidade e o futuro dos preços do petróleo” disse Bill Smith, diretor de investimento e gestor de portefólio sénio da Battery Park Capital, em Nova Iorque. Ele afirma que as perspetivas de longo prazo são positivas, tanto do lado da oferta como do lado da procura.
“O facto de que há várias guerras a varrer o Médio Oriente no momento; e a contagem nas plataformas só na América do Norte a cair 60% ano a ano, temos então que há muita capacidade prestes a ser disponibilizada,” diz Smith.
A procura também irá aumentar, levando subida dos preços do petróleo “mais cedo ou mais tarde”, disse ele à CNBC. Nenhum dos analistas providenciou uma previsão de preço e ambos afirmam que ocorrerá um contraste de recuperação contrariamente ao relatório da OPEP da semana passada que afirma que os preços do petróleo demorarão décadas a recuperar e mesmo depois de décadas não voltaram ao pico dos últimos anos.
Mas caso uma recuperação do petróleo se materialize, não irá beneficiar todas moedas de países produtores de forma igual. O dólar australiano, por exemplo, é influenciado por outros fatores de maior peso, especialmente o seu setor mineiro.
As perspetivas para mercado do minério de ferro permanecem pouco otimistas devido ao mercado de excesso de oferta de casas na China, que terá impacto na procura do aço. Tal significa que provavelmente o dólar australiano não terá um bom desempenho, mesmo que os preços do gás natural liquefeito recuperem, se o setor mineiro permanecer pouco animador.
Schnider, da UBS prevê um declínio de um dígito no dólar australiano face ao dólar nos próximos 12 meses devido a um abrandamento no comércio e a um elevado défice de conta corrente.