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As suspeitas não confirmadas de fraude fizeram com que as ações da empresa caíssem 20%. O que significa isto para o ramo?

O preço das ações da empresa automobilística Renault SA caíram mais de 20% durante as negociações de 14 de janeiro. A queda começou depois de a AFP ter informado sobre os raids em vários escritórios da fabricante francesa. Soube-se que foram confiscados computadores de trabalho dos funcionários. As notícias apareceram no jornal do sindicato CGT do centro de elaboração da Renault em Lardy (França), o representante do CGT disse à Bloomberg que a informação está certa.

Mais tarde, as informações sobre os raids foram também confirmadas pela própria empresa. Os representantes da Renault disseram que os escritórios estão a ser investigados devido a suspeitas relacionadas com as emissões dos automóveis. Sublinhou-se que não foram encontrados nenhumas provas de fraude ou violação de regras. A Renault disse que está a colaborar com os investigadores e a dar toda a informação necessária. As buscas foram realizadas pelos representantes do departamento dos direitos dos consumidores e luta contra fraude do ministério da economia; os raids foram efetuados na sede e em dois centros técnicos.

Impressionado pelo escândalo em torno da Volkswagen, o mercado reagiu à notícia de uma forma nervosa: às 11:30 GMT o preço das ações da Renault caiu 21% para 68,7 euros. A queda diária atingiu 23%: o pior indicador para a empresa desde 1999. Em três horas da sessão a Renault perdeu 5,8 mil milhões de capitalização. Porém, depois da declaração de que as buscas não revelaram ações ilegais, as ações recuperaram um pouco - conseguiram ganhar de volta cerca de 10%.

Depois da Renault, caíram as ações de outras empresas automobilísticas. No princípio, a líder do mercado de carros francês Peugeot Citroen perdeu cerca de 19%, mas depois corrigiu para 5%. A produtora de componentes de carros Faurecia perdeu cerca de 7% e a Valeo ficou com 9% a menos. No geral, o índice francês CAC 40 desceu ontem 1,8%.

Depois do escândalo em torno da fabricante alemã, o ministério do ambiente francês decidiu verificar como as coisas estão a correr no seu país. Os resultados da primeira análise técnica foram publicados na quinta-feira, e não foram revelados sinais de fraude nos automóveis da Renault.

Ainda não se sabe se serão iniciadas buscas em outras empresas. Mas em qualquer caso, supõe-se que a situação em torno da Renault seja um impulso à expansão da série de modelos elétricos. Alguns especialistas supõem que agora será acelerado o processo de transição para o procedimento novo e global de defenir os gastos de combustível e toxicidade de escape - WLTP (worldwide harmonized light vehicles test procedures). É também provável que tal aconteça no final de 2016, embora a transição tenha sido planeada para 2018.

O escândalo de emissões da Volkswagen começou no outono passado. A empresa foi acusada de reduzir os dados de emissões nocivas que se referiam a 500 mil carros vendidos nos EUA nos últimos sete anos. Mais tarde revelou-se que o dispositivo que diminuiu os indicadores reais das emissões prejudiciais foi instalado em pelo menos 11 milhões de carros. Na sequência do escândalo o CEO da empresa, Martin Winterkorn teve que se retirar do cargo.

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