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São tempos decisivos para Zuma, Rousseff, Merkel, Cameron e Obama. Conheça os melhores e piores resultados que cada líder pode enfrentar nos próximos tempos.

Escândalos, economias turbulentas, legados manchados ou simplesmente futuros incertos: os líderes de alguns dos países mais proeminentes do mundo estão a ser postos à prova.

Enfrentam problemas radicalmente diferentes mas todos desejam um refúgio das emboscadas, eleitorados amargurados e mercados financeiros nervosos – que têm marcado o ano até agora.

Segue-se uma olhadela sobre como as coisas se poderão desdobrar ao longo dos próximos meses – de Pretória a Washington, passando por Brasília, Berlim e Londres:

Jacob Zuma, presidente da África do Sul, 73 anos

Pela primeira vez nos seus nove anos como chefe do partido no poder, Zuma, de 73 anos, enfrenta uma real ameaça ao seu poder. Alguns funcionários seniores do Congresso Nacional Africano (ANC) estão a tentar derrubá-lo devido aos seus laços com uma família proeminente – com a acusação a centrar-se na promoção de interesses empresariais e na influência quanto a nomeações governamentais.

Desafiado – na semana passada e por parte da oposição – a renunciar, Zuma mostrou-se tão desafiante como sempre. O presidente tem levado a melhor sobre os seus adversários até agora e o seu controlo sobre a maioria do ANC ainda é forte. A questão é: até quando irá durar a sua resistência?

O melhor resultado para Zuma: Consolida o seu domínio no ANC, permitindo que decida quanto ao seu sucessor em 2019.

O pior resultado para Zuma: Suficientes membros sénior do ANC abandonam-no e forçam-no a abandonar o cargo nos próximos meses. Se isso acontecer, existe até a possibilidade de antigas acusações de corrupção serem retomadas.

Dilma Rousseff, presidente do Brasil, 68 anos

A economia brasileira está a ir de mal a pior

Depois de dois anos de investigação quanto a suspeitas de corrupção – desde lavagem de dinheiro, a empresas e a políticos – têm sido meses de destaque para Rousseff, de 68 anos.

Com o seu mentor e antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, acusado de lavagem de dinheiro, Dilma está a ser acusada de intervir na proteção do mesmo. No Congresso, uma comissão irá apresentar as suas recomendações quanto ao processo de impeachment. Se Rousseff perder, será a segunda presidente a passar por essa situação desde que o Brasil voltou à democracia em 1985.

O melhor resultado para Dilma: Se o processo de impeachment não tiver continuidade Rousseff irá encontrar uma forma de completar o seu mandato até 2018.

O pior resultado para Dilma: A violência de rua e a probabilidade do impeachment forçam-na a demitir-se nas próximas semanas.

Angela Merkel, chanceler alemã, 61 anos

Tem estado no poder por mais tempo – uma década – e encara a maior ameaça de sempre à sua chancelaria com os alemães divididos quanto à sua política de fronteiras abertas durante a maior crise de refugiados da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Angela Merkel está à mercê de Putin e Erdogan

Em casa, os alemães também se sentem abalados com os ataques terroristas em Paris e agora em Bruxelas, conduzidos por jihadistas que cresceram na Europa. Os eleitores deram ao partido anti-imigração o seu maior sucesso nas eleições regionais de 13 de março. No exterior, o talento que demonstrou a mobilizar aliados europeus durante a crise da dívida grega parece estar a esquivar-se agora. Por agora, Merkel, de 61 anos, está a manter-se firme: “Já passei por tempestades antes.” – Afirmou num comício do partido este mês.

A chegada de refugiados a solo grego diminui com o progresso das conversações de paz quanto à Síria.

O melhor resultado para Merkel: Merkel avança para as eleições de 2017 e vence um quarto mandato.

O pior resultado para Merkel: O acordo da UE com a Turquia, para limitar a migração, falha e a guerra civil na Síria arrasta-se. Merkel fecha as fronteiras alemãs e procura a reeleição – mas como sombra do seu antigo eu político.

David Cameron, primeiro-ministro britânico, 49 anos

Passou menos de um ano desde que passou por uma vitória eleitoral – uma surpresa que confundiu os seus críticos e deixou a oposição em desordem. No entanto, se perder o referendo de 23 de junho quanto à manutenção do Reino Unido na União Europeia, é difícil perceber como irá manter o seu emprego.

Um eleitorado cada vez mais dividido e fragmentado sugere que os resultados poderão ser renhidos. Se a Bretanha optar por abandonar a UE, a Escócia irá, sem dúvida, procurar novamente a independência. Assim, Cameron, de 49 anos, poderá acabar a assistir a dois divórcios amargos quando deixar o cargo.

O melhor resultado para Cameron: Um voto claro para a permanência do Reino Unido na UE fará com que convença o seu partido que o público não partilha da sua obsessão europeia. A situação poderá levar George Osborne, o seu ministro das Finanças, a ganhar as eleições de 2020.

O pior resultado para Cameron: Assustados com os ataques terroristas no continente europeu e mais migrantes em direção a ocidente, os eleitores optam pela saída da UE. Cameron demite-se e é substituído pelo seu rival de longa data, o presidente da câmara de Londres, Boris Johnson.

Barack Obama, presidente dos EUA, 54 anos

Com o seu segundo mandato a chegar ao fim Obama tem sido atormentado com a corrida para a sua substituição. Tem sido uma das menos convencionais e mais amargas corridas ao cargo e ainda faltam oito meses para chegar ao fim. Donald Trump, construtor bilionário, chocou os políticos norte-americanos e irritou Obama, que poderá ver muitas das suas realizações derrubadas se os republicanos chegarem à Casa Branca. “Temos ouvido retórica vulgar quanto às mulheres e minorias.” – Afirmou Obama a 15 de março.

O problema é que a ascensão de Trump reflete onde a economia de Obama caiu – particularmente no referente à estagnação de salários. Os desfasados efeitos da recessão que terminou há quase sete anos pairam sobre a campanha presidencial. A candidata democrata na liderança, Hillary Clinton, é vista de forma desfavorável por 52% dos americanos, de acordo com uma pesquisa divulgada a 8 de março.

O melhor resultado para Obama: Abraça Clinton depois da vitória, dando as chaves da Casa Branca a um democrata – seguro de que o seu legado político estará seguro.

O pior resultado para Obama: Trump vence. Ponto final.

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