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Lista baseada no Índice de Corrupção Mundial da Transparency International

A Transparency International (Transparência Internacional), ONG anticorrupção, publica todos os anos o Corruption Perceptions Index (Índice de Corrupção Mundial), a lista dos países encarados pela opinião pública como os mais corruptos.

A organização ressalva que não existe uma fórmula rápida e eficaz para “avaliar objetivamente os níveis de corrupção de países ou territórios com base em dados empíricos”. Tal resulta da própria natureza velada da corrupção, escondida do escrutínio público.

A ONG recorre a estudos sobre corrupção para elaborar o ranking, e atribui a cada país uma classificação até 100 – sendo 100 o menos corrupto e 0 o mais corrupto. Este método acaba por resultar numa boa panorâmica acerca dos países onde a corrupção vigora.

Regra geral, os estados tidos como mais corruptos fazem parte do continente africano ou Médio Oriente, em virtude das sociedades serem regidas por sistemas legais e políticos mais vulneráveis e onde a pobreza é generalizada. A Somália divide o pódio com a Coreia do Norte com uma classificação de 8, seguida de perto pelo Afeganistão (11) e Sudão (12). A Dinamarca aparece no espectro oposto, com 91 pontos.

Mas analisemos as nações democráticas e mais desenvolvidas onde prevalece a corrupção. Utilizámos o ranking de países da OCDE e considerámos aqueles com os níveis de corrupção mais elevados. Veja os resultados:

17. Irlanda

Com 75 pontos. A Irlanda foi considerada um dos países menos corruptos a nível mundial. Porém um documentário de 2015 do canal RTE expôs vários elementos da classe política por omitirem ganhos significativos das respetivas declarações de impostos, havendo mesmo alguns vereadores a aceitar compensações pecuniárias em troca dos seus serviços.

17. Japão

Apesar do Japão não ser internacionalmente tido como uma nação corrupta, o portal anticorrupção GAN Integrity dá conta da prática comum (conhecida como amakudari) de atribuir posições de topo em empresas japonesas a elementos do governo já reformados, mesmo que estes não tenham experiência relevante para o cargo em causa.

14. Chile

Reconhecido pela OCDE como um dos países mais corruptos, o Chile é porém um dos menos corruptos na América Latina, se considerarmos o Brasil, Venezuela e Paraguai onde o suborno e a fraude são moeda corrente. Foram atribuídos ao Chile 70 pontos – menos 3 que no ano passado.

14. Estónia

Em 2012 o então presidente, Toomas Hendrik Ilves, ajudou a implementar um decreto anticorrupção para aumentar a transparência no sector público, contribuindo para uma melhoria de posição no Índice de Corrupção do 69º para o 70º lugar.

14. França

A corrupção não é sintomática em França e o país é ligeiramente menos corrupto este ano, ganhando um ponto e uma classificação de 70 entre 100. O GAN nota que “o Código Penal criminaliza o suborno passivo e ativo e o suborno de representantes nacionais e estrangeiros”.

13. Portugal

Um estudo da Ernst & Young de junho de 2015 confirmou que 83% da população acredita que a corrupção e suborno são um mal generalizado no país – e em 2014, o antigo Primeiro Ministro José Sócrates foi detido por suspeitas de fraude fiscal e lavagem de dinheiro. Portugal ocupa o 63º lugar no ranking.

12. Polónia

Com 62 pontos, a Polónia escapa por um de entrar na lista dos 10 países mais corruptos da OCDE.

Segundo o GAN Integrity: “A corrupção política é um entrave ao investimento e oportunidades de negócio visto que os políticos fazem uso do respetivo estatuto para obter favores e benefícios, sendo o nepotismo e fisiologismo práticas frequentes”.

11. Israel

O relatório atribui 61 pontos a Israel. Em maio de 2015, o antigo Primeiro Ministro Ehud Olmert foi acusado do desvio de mais de 150 mil dólares de uma gigante americana.

10. Eslovénia

Os últimos anos foram marcados por vários episódios de corrupção da parte da elite eslovena. Em 2013 e 2014, por exemplo, ocorreram protestos em massa contra o Primeiro Ministro Janez Janša e o líder da oposição Zoran Janković acusados de não declararem corretamente os respetivos rendimentos.

9. Espanha

Antes do segundo mandato, o Primeiro Ministro Mariano Rajoy foi indiciado por corrupção por elementos proeminentes da oposição. Ainda esta semana o Partido Popular foi alvo de um novo escândalo – e 24 membros presos por alegações de suborno. Espanha recebe 58 pontos.

7. República Checa

No relatório deste ano, a República Checa aparece em 56º lugar, contra o 51º atribuído o ano passado. A classificação parece refletir o fim do drama de corrupção política que causou a demissão forçada do Primeiro Ministro Petr Necas em 2013.

7. Coreia do Sul

Corrupção foi um tema polémico na Coreia do Sul em 2015, com o Primeiro Ministro Lee Wan-koo a ser forçado a renunciar ao cargo, depois de uma denúncia de suborno deixada numa nota de suicídio de um empresário conhecido. O país recebe 56 pontos.

5. Hungria

A Hungria subiu da 54º posição no ano passado para o 51º lugar. O suborno da classe médica é comum, havendo um estudo que aponta para o facto de 92% dos nacionais acreditarem tratar-se de uma boa prática.

5. Eslováquia

Também com 51 pontos, a Eslováquia pertence ao grupo dos países mais corruptos da Europa. Os últimos anos foram marcados pelo caso Gorila, envolvendo políticos, função pública e empresários acusados de aceitar e/ou pagar compensações para garantir contratos de investimento.

4. Grécia

A corrupção na Grécia aumentou desde o ano passado, com o país a receber 46 pontos este ano, contra os 43 do ano passado. O “fakelaki”, um termo informal para designar dinheiro pago à parte para garantir um melhor serviço, parece ser frequente em todo o país.

3. Itália

A corrupção da terceira maior economia da zona euro surge muitas vezes associada ao antigo Primeiro Ministro Silvio Berlusconi, indiciado inúmeras vezes por aliciamento, condenado por fraude fiscal em 2013 e culpado de subornar um senador em 2015. O Índice atribui 44 pontos a Itália.

2. Turquia

A Turquia ganha a corrida de estado mais corrupto da Europa, com 42 pontos. Em 2013 o país foi abalado por um escândalo em torno do envolvimento do diretor de um banco público, e vários empresários de renome, em esquemas de suborno, fraude, tráfico e lavagem de dinheiro.

1. México

De longe o país mais corrupto da OCDE, a aparecer em 35º lugar. Pouco surpreendente se considerar o papel central que desempenha no tráfico de droga proveniente da América Latina, destinada aos EUA. O famoso barão da droga Joaquín "El Chapo" Guzmán conseguiu escapar a duas penas de prisão, graças a generosos montantes pagos a autoridades prisionais.

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