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A sua tenacidade tornou-se a sua marca política

Theresa May é a nova líder do Partido Conservador e segunda primeira-ministra do Reino Unido, assumindo o cargo num dos momentos mais agitados da história política recente.

A antiga ministra do Interior de 59 anos cultivou uma imagem de confiança política – tornando-a a pessoa certa no momento certo para assumir a liderança com as consequências da votação pelo Brexit a afastarem possíveis rivais.

O facto do seu partido se reunir à sua volta num momento de incerteza nacional é uma prova não só do respeito que recebe mas do facto de que, num mundo onde as reputações políticas são pisadas num instante, May é a última sobrevivente política.

A sua tenacidade tornou-se a sua marca política. Há 17 anos que lida com o facto de ser apenas uma num pequeno grupo de mulheres nos escalões superiores do Partido Conservador.

Quem é Theresa May?

Data de nascimento: 1 de outubro de 1956 (59 anos).

Cargos: membro do parlamento por Maidenhead desde 1997; ministra do Interior desde maio de 2010.

Educação: educação pública na Wheatley Park Comprehensive School com passagem por uma escola independente; e estudos superiores no St. Hugh’s College, Oxford.

Família: Casada com Philip May.

Hobbies: Cozinhar – diz deter 100 livros de culinária – e ocasionais caminhadas na montanha. No podcast da BBC Radio 4 – Desert Island Discs de 2014 – escolheu as músicas Dancing Queen dos Abba e Walk Like a Man do musical Jersey Boys, bem como Mozart e Elgar.

Quanto ao futuro do seu partido: “É nada menos que o dever patriótico do nosso partido unir e governar no interesse de todo o país. Precisamos de uma visão nova e ousada para o futuro do nosso país – um país que não funciona apenas para alguns privilegiados mas para cada um de nós.” Afirmou que as pessoas querem mais do que apenas um “primeiro ministro para o Brexit” e prometeu unir as fações pelo Leave e pelo Remain do seu partido.

Mesmo antes de entrar para Downing Street, May fez história como segunda mais longa ministra do Interior nos últimos 100 anos. May nasceu no Sussex mas foi criada em Oxfordshire, onde andou na escola pública e numa escola independente. Os amigos recordam a sua ambição, desde tenra idade, de se tornar primeira-ministra do Reino Unido. Mais tarde seguiu para a Universidade de Oxford, tal como Margaret Thatcher, e descobriu que a sua vida pessoal e política se interligava.

Depois de se licenciar em Geografia, May trabalhou na City, inicialmente no Bank of England, tornando-se mais tarde chefe da Unidade de Assuntos Europeus da Association for Payment Clearing Services.

Já era claro, no entanto, que o seu futuro passaria pela política.

Políticas-chave

  • A sua posição quanto ao Brexit: Theresa May insistiu que “Brexit significa Brexit” e que não haverá um segundo referendo sobre o assunto. Avançou que as conversações oficiais sobre a saída, que terão início quando o Reino Unido desencadear o artigo 50, não terão início antes do final de 2016. Tem insistido que o estatuto de nacionais da UE no Reino Unido não irá mudar até se alcançar um novo “acordo legal”. Afirma ser necessário um acordo para negociar bens e serviços com a UE mas avança ser necessário mais controlo para reduzir a imigração.
  • Outras políticas: Theresa May prometeu abanar a ética da sala de reuniões, assegurando que os colaboradores verão garantida representação nos conselhos de administração das empresas e que a votação anual dos acionistas quanto à remuneração do executivo será tornada obrigatória.
  • O que diz a imprensa: “Num partido político que se esforça para afastar a sua reputação elitista, May representa um tipo diferente de política: uma diretora calma numa sala cheia de meninos de escola super entusiasmados. (...) A sua postura obstinada tem-lhe rendido algumas críticas vociferantes. Há aqueles que afirmam que enquanto procura não sujar as suas próprias mãos com o negócio sujo da traição política, leva a sua equipa a emitir briefings ferozes contra os seus rivais.

As suas atitudes sociais são difíceis de definir. Apoiou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, expressou a sua visão pessoal, em 2012, de que o limite legal para realização de aborto deveria ser reduzido de 24 para 20 semanas e juntamente com a maioria dos deputados conservadores votou contra a proibição total da caça à raposa.

O que é indiscutível é que May, de 59 anos, é a líder mais velha a entrar em Downing Street desde James Callaghan em 1976 e é a primeira primeira-ministra, desde Ted Heath, que não tem filhos.

Embora os primeiros tempos de May em Downing Street venham a ser dominados pelo processo de divórcio do Reino Unido da UE e pelo acordo que será capaz de alcançar, May tem insistido que não se irá contentar com o rótulo de “par de mãos seguro” muitas vezes associado à própria.

May irá enfrentar uma tarefa difícil – alguns dizem que ainda mais difícil do que as enfrentadas por qualquer um dos seus recentes antecessores em Downing Street.

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