8 anos depois do início da crise: como se encontra a economia mundial
AP Photo/Kirsty Wigglesworth
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Desde o início da crise financeira mundial passaram-se oito anos. Como mudou a economia desde então?

Fez na sexta-feira passada oito anos que o Lehman Brothers entrou em falência. O colapso do banco tornou-se um momento decisivo para a crise financeira com os bancos centrais e governos a apressarem-se a socorrer outros bancos com problemas nos EUA e Reino Unido.

Desde 2008 que a economia mundial se tem esforçado para recuperar do choque.

O produto interno produto, ou o crescimento económico, está ainda abaixo dos níveis observados antes da crise. Há crescimento mas o mesmo encontra-se embaciado. Nos EUA, prevê-se que o PIB aumente 2,4% em 2016, o mesmo que em 2014 e 2015, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O Reino Unido encara um futuro incerto uma vez que votou pela saída da União Europeia – o PIB cresceu 2,2% em 2015 em comparação com 2,6% em 2007.

Os níveis de desemprego caíram desde o crash mas há uma área do mercado de trabalho que permanece particularmente fraca: o aumento salarial.

Não por falta de tentativas por parte dos bancos centrais. Os formuladores de políticas têm lançado grandes pacotes de estímulo para combater a recessão global – e que procuram levantar o emprego, salários e prosperidade geral. Os programas de compra de obrigações, conhecidos como flexibilização quantitativa, tornaram-se uma norma.

Quando as baixas taxas de juro não foram suficientes para estimular o crescimento e a inflação, a Suíça, o Japão, a zona euro, a Dinamarca e a Suécia começaram a experimentar taxas de juro negativas.

No meio de tudo isto, quais os maiores beneficiários da flexibilização da política monetária dos bancos centrais? Os acionistas. As ações globais têm subido com o mercado a encher-se com dinheiro dos programas de estímulo dos bancos centrais.

No entanto, as ações de bancos não se têm saído tão bem. Depois de recebidos resgates muitos bancos passaram por difíceis processos de reestruturação e precisaram de recapitalizar. Foram cortados postos de trabalho e divisões inteiras – e multas enormes tiveram de ser pagas pela má conduta que provocou a crise. Este processo ainda está em curso na Europa – veja a confusão em que o Deutsche Bank se encontra.

Logo depois da crise os bancos correram para o ouro (NASDAQ: Randgold Resources [GOLD]). O preço do tradicional refúgio seguro subiu mas num sinal de que nem tudo está bem – ainda se encontra [o preço] muito elevado. No mês passado os investidores Bill Gross e Jeffrey Gundlach avançaram que o ouro é o único bem que vale a pena comprar nos dias de hoje.

Da frustração para com o sistema bancário e respetivo colapso surgiu a bitcoin (FX: BITCOIN) – ou assim diz a teoria. A “moeda” digital teve um boom em 2013 com as transações a tornarem-se possíveis sem o envolvimento de bancos centrais ou governos. No entanto, ainda não se lançou na sua totalidade. Um inquérito da Goldman Sachs do ano passado concluiu que metade da geração do milénio dos EUA não utilizaria bitcoin.

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