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29 de Dezembro de 2017

Nestes últimos dias do ano circulam pela internet os mais diversos artigos com previsões para o próximo ano: o que irá acontecer em 2018? Recorremos a várias fontes internacionais e compilámos cinco interessantes previsões para o próximo ano. Saiba o que esperar.

5 Interessantes previsões para 2018

Desenvolvimentos no campo da Inteligência Artificial

AP Photo/Eric Risberg

O próximo ano vai ser um ano de referência para o reconhecimento facial uma vez que tem havido grande progresso ao nível da tecnologia subjacente — conhecida como machine learning. Em 2018, os dispositivos que conseguem ler o rosto irão tornar-se convencionais, mudando a forma como vivemos. Os rostos irão tornar-se palavras-passe, desbloqueando smartphones e contas bancárias. Porém, em simultâneo, a tecnologia também terá capacidade para seguir qualquer movimento — limitando a liberdade de ação.

Haverá capacidade para registar, armazenar e analisar imagens de rostos em larga escala, o que irá alterar profundamente as atuais noções de privacidade, equidade e confiança.

As empresas de tecnologia irão tornar o reconhecimento facial parte dos nossos dias. Porém, no fundo, a maioria das pessoas poderá nem vir a ter noção do contacto com o mesmo: terá lugar através de serviços de segurança públicos ou privados ou, por exemplo, através de estabelecimentos comerciais — em busca dos perfis dos seus clientes. Esta nova tecnologia surgirá, assim, como um novo tipo de poder e será necessária regulamentação (capaz de reprimir a má utilização e de permitir a utilização inofensiva).

Mais negociações ao redor do Brexit

Estima-se que no outono de 2018 as complexas negociações ao redor do Brexit se estejam a aproximar do final — destacando-se que o que se decidir irá afetar o futuro do Reino Unido e do continente europeu nas próximas décadas. Com o aproximar do prazo para um acordo final, as conversações irão tornar-se mais tensas, o que poderá ter um impacto significativo em como o Reino Unido é observado pelo resto da Europa e do mundo. Londres, enquanto hub financeiro e tecnológico de referência, poderá ser amplamente ameaçada pelo Brexit.

Mais: as pessoas estão preocupadas, os investidores estão preocupados — o que poderá levar a que levem os seus fundos para outros países. Até agora, as empresas têm sido surpreendentemente resilientes a esta incerteza. Porém, se se tornar cada vez mais provável um Brexit sem acordo o investimento (como um todo) poderá sofrer, a economia poderá desacelerar, o desemprego poderá aumentar e a libra, a libra poderá cair — entre outras consequências indesejadas, como aumento da inflação.

Progresso em torno da tecnologia blockchain

Ambiciosos programadores e empreendedores irão procurar utilizar a blockchain para re-trabalhar tudo, desde como rastreamos algo a como distribuímos qualquer coisa. 2018 será, assim, um ano de aposta na blockchain — tanto pela disponibilidade de capital de risco como pelo desejo de investidores entusiasmados com o preço da Bitcoin. O lema dos programadores por detrás de tecnologia financeira será, no próximo ano, “blockchain para tudo!”.

Em simultâneo, o mercado de criptomoedas irá atrair cada vez mais atenção. No entanto, o seu progresso irá depender dos avanços alcançados ao redor de questões por resolver:

  • São, as criptomoedas, investimentos ou ferramentas?
  • Surgem [as criptomoedas] como uma nova espécie de dinheiro?
  • Serão os programadores capazes de terminar com os problemas técnicos ao redor das mesmas?

Perspectivas ao nível do crescimento económico

Várias estimativas avançam que o crescimento económico dos mercados desenvolvidos poderá permanecer moderado em 2018, enquanto o forte crescimento dos mercados emergentes poderá diminuir um pouco. Os economistas da Bloomberg preveem que em 2018 os EUA cresçam 2,5%, a China 6,4%, o Japão 0,9% e a Alemanha 1,6%. Não avançam perspetivas tão boas para muitas nações da África Subsaariana, Médio Oriente e América Latina.

Melhorias generalizadas nos Estados Unidos e na Europa poderão compensar possível fraqueza no Reino Unido e Japão.

Entretanto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) avançou no seu mais recente World Economic Outlook, divulgado este outono, que agora será uma boa altura para lidar com questões não respondidas durante a convalescença da crise financeira de 2007-09, incluindo medidas tendencialmente pouco populares. “O crescimento global da atividade económica está a fortalecer-se.” — FMI.

E Portugal?

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) avançou recentemente que a recuperação económica sentida em Portugal veio para ficar. De acordo com o seu mais recente Economic Outlook, publicado em novembro, reviu em alta as previsões de crescimento do PIB português: crescimento superior a 2% em 2018 (2,3%), destacando-se que há um ano a organização estimava que Portugal crescesse apenas 1,3% em 2018.

Lê-se no capítulo dedicado a Portugal: “Projeta-se que o crescimento económico fique acima de 2% em 2018 e 2019, impulsionado pela procura interna e pelas exportações.”

Relativamente às contas públicas a OCDE estima que o défice português caia para 1% no próximo ano. Estima ainda que o crescimento económico de Portugal se situe acima da média da zona euro, para a qual também avançou projeções otimistas contudo ligeiramente mais baixas para crescimento do PIB: ao redor de 2,1% em 2018.

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