Qual a implicação de uma guerra nuclear sobre a Bitcoin?
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5 de Outubro de 2018

Desde que os Estados Unidos lançaram bombas atómicas sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial que a população global teme uma guerra nuclear. Neste artigo exploramos as possíveis implicações de uma guerra nuclear sobre a Bitcoin, a criptomoeda a priori indestrutível.

Por mais angustiante que seja não é possível excluir totalmente a probabilidade de uma guerra nuclear de grande escala. Isto porque muitos países têm o armamento necessário para facilitar esse tipo de guerra. Em concreto: os EUA têm mais de 6600 ogivas nucleares no seu arsenal, a Rússia conta com 6800 e cerca de 1000 encontram-se distribuídas entre a China, a Índia, o Paquistão, a Coreia do Norte, o Reino Unido, Israel e França. Uma vez que cada ogiva nuclear pode dizimar uma grande metrópole, uma guerra em larga escala tornará inabitáveis grandes áreas do planeta.

Adicionalmente, as detonações nucleares também produzem poderosos pulsos eletromagnéticos, com capacidade para ionizar a atmosfera. Como resultado da ionização, os eletrões de gases atmosféricos são lançados para a superfície da Terra — o que interfere com, ou destrói completamente, redes eletrónicas e de telecomunicações. Assim, uma guerra nuclear pode deteriorar totalmente a infraestrutura energética e de comunicações de uma área.

O colapso do sistema monetário

Além de arruinar o sistema de pagamentos uma guerra nuclear pode destruir as autoridades centrais que supervisionam o sistema monetário. E mais: dada a enorme intensidade de uma explosão nuclear os únicos «sobreviventes» poderão ser os fundos armazenados em cofres bancários, com quase todo o dinheiro físico provavelmente destruído. Tal cenário cria escassez de oferta — e a oferta monetária global torna-se instável devido à ausência de orgãos reguladores.

Como solução para as questões mencionadas acima os sobreviventes serão obrigados a recorrer a formas tradicionais de armazenamento de valor, como o ouro ou outros metais preciosos. Estes métodos, no entanto, provam-se desafiantes devido à sua impraticabilidade em transações de longa distância, bem como às dificuldades do armazenamento em segurança. Terão de ser procuradas, assim, melhores e mais convenientes alternativas.

A resiliência da Bitcoin

Uma vez que as bitcoins são fundamentalmente uma forma de dinheiro eletrónico, a destruição das redes de energia e dos sistemas de telecomunicações conduzirá a uma perda significativa destes ativos. Apenas alguns dos sobreviventes terão acesso à rede Bitcoin — usando satélites ou geradores alimentados por baterias ou combustível fóssil.

Independentemente da extensão da destruição, será possível que alguns nós ligados à rede Bitcoin sobrevivam aos efeitos da guerra nuclear, essencialmente por estarem descentralizados e espalhados por todo o mundo. Nesse caso, a rede poderá ser repopulada usando a informação dos computadores sobreviventes. Teoricamente um computador será suficiente para restabelecer uma rede blockchain inteira.

Porém, a rede reanimada será mais vulnerável a ataques. Consequentemente, os utilizadores poderão mostrar-se hesitantes a confirmar transações ou poderão impor níveis de confirmação como contramedidas. De qualquer das formas, numa situação em que países inteiros tenham de recuperar dos efeitos de uma guerra nuclear a Bitcoin poderá provar-se uma solução ideal para pagamentos.

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