A próxima crise financeira não advém do setor bancário convencional, mas antes do crescimento massivo do sistema bancário “sombra” ou paralelo – área praticamente intocável pelas entidades de regulação governamentais. Quer perceber porquê?
Esta foi a mensagem dada pelo último relatório sobre a estabilidade financeira global, feito pelo FSB (Financial Stability Board) – orgão internacional incumbido de monitorar e propor recomendações para o aprimoramento do sistema financeiro global.
Os números não mentem, revelam que o sistema financeiro dos Bancos “Sombra”, em 2013, cresceu de 5.000 bilião de U.S dólares para 75 triliões. Este setor tem participação, nas mais diversas áreas, opera – fundos monetários, fundos de investimento em mercados imobiliário, fundos de garantia, entre outros produtos financeiros. Como tal, se considerar estes números, como um valor percentual da economia mundial, verá que se aproximam dos valores apresentados na pré-crise de 2007.
Financiamentos de alto risco por entidades não regulamentadas
Estes dados são reveladores, e extremamente importantes. Permitem analisar com clareza situações relevantes, caiem como uma chapada de luva branca a Washington, que se diz ser detentor do sistema bancário “mais seguro”, que é agora o que era há seis anos atrás. O que não faz sentido nenhum.
Enquanto os Bancos ainda estão em recuperação surgem novos embustes no sector financeiro, vindos de lugares que os reguladores não conseguem controlar.
É pena que a lei de Dodd-Frank – como tem vindo a ser chamada – não consiga por um “pé no travão”, nesta economia paralela.
Os bancos "sombra" provocam agitação e instabilidade sistémica
Eles têm impacto nas taxas de juro e nos preços das ações dos bancos convencionais. Os investidores sentem uma certa tenção. Alguns pensam que se deve à crescente procura de financiamento por parte das empresas nos fundos de investimento das economias paralelas – que dessa forma acentuam a queda da bolsa – levanto ao efeito bola de neve da dívida, que por sua vez pode levar os mercados ao colapso.
Por enquanto esta crise que se advém não tem data prevista
Mas importa relembrar que a dívida é um bom indício da crise financeira. Com base numa pesquisa, pode-se constatar que nos últimos duzentos anos, aproximadamente, cada crise financeira foi precedida por um aumento acentuado do valor da divida.
Este crescimento desmesurado do setor bancário “sombra” vem dizer que neste momento conhecemos menos do que realmente pensávamos saber sobre quem está a suportar a dívida do que antes da crise financeira de 2008.
E isto é algo com que todos nós nos devíamos preocupar.