9 Mistérios económicos explicados
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Apresentamos-lhe 9 conceitos económicos explicados de uma forma relativamente simples. Assim conseguirá mais facilmente descodificar a linguagem dos especialistas.

Matt Yglesias da Vox postou uma lista de “9 coisas que só os economistas neoclássicos conseguirão compreender.” Bem, as boas notícias são que nós não acreditamos que haja algo que você, o leitor, não consiga perceber! É por isso que lhes vamos explicar as nove coisas de Yglesias em termos leigos.

1. A Função de Produção Cobb-Douglas

Uma “função de produção é tal e qual uma receita – é uma forma de descrever como o que se insere se transforma num resultado. Por exemplo, pode ter uma função de produção que descreve quanta pizza consegue fazer com uma certa quantidade de pepperoni, queijo, massa e molho. A função de produção Cobb-Douglas não é diferente: esta diz-lhe quanto produto interno bruto consegue obter se juntar uma certa quantidade de trabalho e capital, como na construção, camiões e computadores.

A função Cobb-Douglas tem uma propriedade interessante, que é a de prever que um país vai gastar percentagens constantes do seu rendimento nacional em capital e trabalho. Por outras palavras, se a parte do trabalho do rendimento nacional for dois terços, então dois terços de todo o dinheiro ganho pelos Estados Unidos num dado ano irá para salários e bónus. Recentemente, o trabalho tem arrecadado uma percentagem menor do rendimento nacional, o que tem causado muita preocupação.

2. Restrições de liquidez

Esta é fácil. “Liquidez” significa dinheiro. Por isso “restrições de liquidez” significa que não consegue obter tanto dinheiro como gostaria. O que basicamente só quer dizer que não pode pedir emprestado tanto dinheiro quanto queria, uma vez que pedir dinheiro é como se obtém dinheiro quando a conta está vazia.

Se as pessoas não conseguem pedir dinheiro emprestado, não conseguem gasta-lo. O que pode piorar ainda mais a recessão. Por isso, algumas pessoas, acham que uma maneira de melhorar a recessão é ter o governo a emprestar dinheiro às pessoas, uma ideia conhecida como linhas de crédito federais.

3. O filtro de Hodrick-Prescott

Por acaso já falei disto antes. Imagine que a economia tem uma tendência de crescimento a longo termo, e ciclos curtos de explosão. Como é que separa os dois? O filtro de Hodrick-Prescott é uma ferramenta matemática para separar tendências de ciclos. Mas esta requer que se faça uma aposta sobre que escala de tempo se acha que representa o longo e o curto prazo. Se se enganar, o filtro dá-lhe dados errados relativamente aos ciclos de negócio. O lixo entra, o lixo sai, como eles dizem.

4. Dinâmica estocástica do equilíbrio geral

Este é apenas um longo, e feio, nome para um tipo de modelo que os macroeconomistas usam para tentar descrever a economia. “Dinâmica” significa que envolve o longo prazo, não apenas a fotografia. “Estocástica” quer dizer que envolve uma certa aleatoriedade. “Equilíbrio geral” é suposto significar que os mercados ficam quites – que a oferta é sempre igual à demanda – apesar de recentemente ter perdido o seu sentido, e agora estas palavras não querem realmente dizer nada de específico. O que há que entender sobre os modelos DEEG é que eles tentam prever a macroeconomia descrevendo o comportamento de pessoas e empresas na economia.

Até agora, os modelos DEEG não tiveram muita utilidade fora do meio académico, embora tenham ganho um par de prémios Nobel.

5. Teorema de equivalência Ricardo-De Viti-Barro

6. O modelo IS-LM

Yglesias chama a isto “ um modelo macroeconómico tão simples que até um estudante ainda não licenciado pode perceber,” por isso não é claro porque é que só os economistas o irão perceber. O IS-LM diz que há uma relação entre o PIB e as taxas de juros. Por um lado, taxas de juro mais altas baixam o PIB, porque sufocam o investimento – essa é a parte do “IS”. Por outro lado, um PIB mais alto aumenta as taxas de juro, uma vez que quando a economia está em alta, as pessoas tentam tirar dinheiro dos bancos para o gastar, forçando os bancos a aumentar as taxas de juros para atrair o dinheiro de volta.

O modelo IS-LM diz que estas duas forças balançam-se para determinar qual é o PIB e quais são as taxas de juros. Também diz que se aumentar os gastos do governo, ou se o banco central imprimir mais dinheiro, o PIB vai aumentar. Os macroeconomistas académicos já não utilizam este tipo de modelo, mas a maioria dos macroeconomistas do setor provado usam algo parecido, bem como a Reserva Federal.

7. O caderno de Michael Woodford

Mike Woodford, da Universidade de Colômbia, é o macroeconomista académico mais importante no mundo. Eu tive mesmo de explicar o seu livro num trabalho para uma aula com Miles Kimball na Universidade de Michigan. O trabalho foi dado nas férias da Páscoa. A universidade é uma seca gente.

O livro é todo ele sobre como o Banco central controla o PIB e a inflação ao mudar as taxas de juros. Basicamente, muitas pessoas já acham que se o Fed aumentar as taxas de juros, a inflação diminui e o crescimento abranda (por exemplo, como com o Presidente do Fed Paul Volcker no inicio dos anos 80), e se o Fed baixar as taxas, o PIB sofre um impulso mas a inflação aparece. Woodford tenta arranjar um modelo para o porquê de isso acontecer.

8. Modigliani-Miller

Esta é uma teoria económica que diz que, em certas circunstancias, não interessa se uma empresa se auto financia com divida ou equidade. Porquê? Porque se a companhia não pede dinheiro emprestado, podem os seus investidores ir pedir dinheiro emprestado em vez dela, e usar esse dinheiro para comprar ações da empresa. Por isso de qualquer forma, a quantidade de dinheiro que uma empresa consegue angariar será a mesma se tentar pedir dinheiro emprestado ou se vender ações.

Claro que não funciona assim no mundo real, mas é interessante pensar nisso, uma vez que o faz pensar porque é que as empresas usam mais financiamento de divida que de equidade.

9. O Teorema de Hercksher-Ohlin

Este teorema é uma teoria sobre comércio. Ele diz que países com mais capital – países industrializados como os EUA ou o Japão – tendem a produzir coisas que são mais intensas do ponto de vista do capital. E países com mais trabalho – como a Índia – têm tendência a produzir coisas que são mais intensivas do ponto de vista da mão-de-obra. É por isso que os EUA produzem muitos semicondutores (que requerem muitas plantas de fabricação enormes), e a Índia produz muita roupa.

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