China poderá ter as segundas maiores reservas de ouro do mundo
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De acordo com a Bloomberg as reservas de ouro chinesas poderão ter triplicado desde o último relatório oficial de 2009. Qual será a razão para o súbito interesse da China em acumular o metal precioso?

Segundo a Bloomberg Intelligence, as reservas de ouro da China poderão ter triplicado desde o seu último relatório oficial em 2009. A Bloomberg estima que o Banco Popular da China poderá ter agora aproximadamente 3510 toneladas métricas do metal. Se isso for verdade, então significa que a China tem atualmente a segunda maior reserva de ouro no mundo, logo a seguir aos Estados Unidos com 8133 toneladas.

Embora nos últimos anos tenha havido muita especulação em torno da questão se o governo chinês está ou não a acumular mais ouro, esta é a primeira das principais fontes de informação americanas que se viu a focar-se seriamente nesta possibilidade. A Bloomberg chegou a esta estimativa ao analisar a China Gold Association (Associação do Ouro da China), a produção interna e os valores do comércio do país.

Porquê este súbito interesse na acumulação de ouro por parte da China? O Fundo Monetário Internacional vai reavaliar este ano a composição do seu cabaz de moedas Direitos de Saque Especiais (DSE). A cada cinco anos, o FMI revê o DSE para garantir que as suas participações refletem a importância relativa às moedas mundiais. Atualmente, o DSE é composto por dólares, euros, ienes e libras esterlinas.

A China quer que o seu yuan seja incluído no cabaz de moedas, e tem um motivo forte para o fazer. Em janeiro, ficou-se a saber que no final de 2014 o yuan chinês passou a ser uma das cinco principais moedas utilizadas para se fazer negócios no mundo. Além disso, a China passou também a ser a maior economia do mundo quando comparando em termos de produção económica, ultrapassando assim os EUA nessa categoria.

No entanto, para que o yuan seja incluído no DSE, a China tem de provar que a sua moeda não é apenas o centro da economia global, mas que também é estável. É aí que o ouro entra. O ouro é um dos ativos mais amplamente aceites para diversificar e estabilizar um portefólio, quer sejam em termos de reservas internacionais de um país grande ou das participações de um investidor astuto.

Tal como Bart Melek da TD Securities disse à Bloomberg:

"Se quiser ser uma moeda de reserva, tem que ter ativos no seu balanço financeiro e não apenas moedas fiduciárias… Certamente, [o ouro é] visto como uma reserva de valor fiável para uma potência global emergente."

Uma súbita revelação de que as detenções de ouro da China triplicaram nos últimos seis anos poderiam acrescentar um apoio significativo ao preço do ouro. Pode mesmo impulsionar um dramático movimento ascendente.

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