Os maiores riscos para a economia mundial
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Conheça os pontos frágeis da economia mundial de acordo com o FMI. Qual destes riscos terá um impacto potencialmente maior?

O Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou recentemente uma atualização às suas Perspetivas da Economia Mundial (World Economic Outlook). É compreensível que a atenção tenha sido mais focada nas negociações da crise grega e na queda da bolsa de valores chinesa – eventos que levam a crer que o período de alguma calma nos mercados pode estar a chegar ao fim. Independentemente se é a China, a Grécia ou mesmo outra crise que cative as manchetes dos noticiários financeiros, existem várias potenciais armadilhas para a economia mundial em geral que estão a preocupar o FMI. Eis as principais:

1. A volatilidade dos mercados

Com os prémios a prazo e de risco em obrigações de longo prazo em records de baixa ou próximos, o mercado está em risco de oscilações de preços significativas caso surja algum imprevisto. Os mercados já tiveram uma pequena amostra disso com o aumento recente dos rendimentos das obrigações do governo alemão. Surgem agora receios de que o próximo choque no mercado possa vir do aumento de uma taxa de juro por parte de um dos principais bancos centrais, estando, por isso, todos os olhos postos no Banco de Reserva Federal dos E.U.A. para ver se Janet Yellen vai começar a responder à queda do desemprego e ao aumento da pressão salarial.

2. A inversão dos fluxos de capital proveniente de economias emergentes

“Armadilha” ligada à primeira mencionada, um aumento das taxas de juros no mercado desenvolvido poderia levar a que vários investidores retirassem os seus investimentos nos mercados emergentes (ME) mais arriscados. Um evento desses poderia provocar um efeito desestabilizador nos preços dos ativos dos MEs, especialmente no contexto de os níveis de dívida aumentarem nesses países.

3. A valorização do dólar americano

Em 2014 o dólar teve uma valorização em relação a outras moedas, proporcionando aos bancos centrais da Europa e do Japão o alívio significativo da política monetária para que as suas economias tivessem o pontapé de saída e o relativo fortalecimento da economia norte-americana. Se o dólar for ainda mais valorizado, pode colocar pressão sobre quem pediu empréstimos em dólares e não seja residente no país, incluindo várias economias de mercados emergentes.

4. O ritmo relativamente lento da recuperação pós-crise

As economias funcionam por ciclos para que um período de rápida expansão de produtos seja normalmente seguido de um período de consolidação, ou mesmo de contração. Na sequência da Grande Recessão, o mundo desenvolvido passou por grandes dificuldades para recuperar tão rapidamente como as recessões anteriores sugeriram que devia ser. Esse é um potencial problema pois com uma inflação baixa, o ambiente de reduzido crescimento não facilita o pagamento dos níveis elevados de dívida em que muitos destes países se encontram, o que os deixa vulneráveis caso haja uma nova crise.

5. Problema do reequilíbrio da China

O governo chinês está a executar a delicada tarefa de reorientar a economia do país para uma menos dependente de exportações e mais orientada para ser um misto equilibrado de procura interna e de exportador de bens de elevado valor. No entanto, este processo vai inevitavelmente significar um ritmo de crescimento económico mais lento do que aquele que tem vindo a desfrutar recentemente e está repleto de riscos que poderão levar a uma queda mais significativa do que aquela que Pequim espera. As autoridades já foram vistas a adotar medidas para apoiar o crescimento nestes últimos meses, mesmo receando que a economia possa não alcançar o seu objetivo de crescimento do PIB de 7% para 2015.

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