À beira do colapso?
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Oito peritos financeiros avisam que uma enorme crise financeira está iminente. Quais serão os seus argumentos?

Será que vai ocorrer um colapso financeiro nos Estados Unidos antes do final de 2015? Um número cada vez maior de respeitáveis especialistas financeiros está a avisar que estamos à beira de outra grande crise económica. Claro que isso não significa que irá acontecer. Os peritos já erraram noutras situações. Mas, sem sombra de dúvida, os sinais de aviso têm vindo a surgir de todos os lados, e tudo parece estar a alinhar-se para uma crise financeira.

À altura do artigo original, as ações norte-americanas têm vindo a cair por quatro dias consecutivos, o Dow caiu mais de 750 pontos em relação ao pico do mercado em maio, e uma em cada cinco ações americanas já está num mercado de quebra. Eu antevejo que os próximos meses sejam extremamente caóticos, e não sou o único a pensar dessa forma. Eis oito peritos financeiros que estão a avisar para a iminência de uma enorme crise financeira:

1. Durante um recente entrevista, Doug Casey afirmou que nos estamos a dirigir para "uma catástrofe de proporções históricas"

“Com estes estúpidos governos a imprimirem biliões de novas unidades de moedas", afirma o investidor Doug Casey, "estão a criar-se as condições para uma catástrofe de proporções históricas."

Doug Casey, um investidor de sucesso que é responsável pela Casey Research, está a prever um abismo para a economia global.

"Eu não manteria nenhum capital significativo nos bancos", afirmou à revista Reason. "A maioria dos bancos em todo o mundo estão falidos."

2. Bill Fleckenstein avisa que os mercados norte-americanos poderão estar a dirigir-se para uma calamidade durante os próximos meses

O reputado especialista Bill Fleckenstein, que previu a crise financeira em 2007, diz que está prestes a abrir um fundo focado em vendas a descoberto, pela primeira vez desde 2009. Entretanto, Fleckenstein afirma que o mercado poderá estar a dirigir-se para uma calamidade durante os próximos meses.

“O mercado é muito propenso às quebras”, afirmou Fleckenstein esta semana à CNBC. “Eu acho que o mercado está muito frágil devido à alta frequência de transações, ETFs, e grande ímpeto dos investidores. Eu não acho que vá haver uma escapatória indolor.”

3. Richard Russell acredita que o “bear market” que se aproxima “vai destruir o sistema económico atual”

“Do meu ponto de vista, este é o período mais estranho por que já passei desde os anos 40. O setor industrial está a cair mais depressa que os transportes. Se isto continuar assim, a determinada altura a indústria vai tocar nos transportes. Quando isso acontecer, acredito que o mercado em queda vai estar muito próximo, já que tanto a indústria como os transportes vão acelerar as suas descidas.

Eu antevejo um breve período de preços mais elevados, o que vai atrair o público de retalho amador. Esta breve aberta vai ser seguida por um “bear market” histórico que vai destruir o sistema económico atual.”

4. Larry Edelson está “100% confiante” de que a crise global será despoletada “dentro dos próximos meses”

“A 7 de outubro de 2015, o primeiro superciclo económico desde 1929 vai despoletar uma crise financeira global de proporções épicas. Vai derrubar a Europa, Japão e Estados Unidos, lançando quase mil milhões de pessoas para uma viagem numa montanha-russa durante os próximos cinco anos. Uma viagem inédita para qualquer geração. Estou 100% confiante que vai atingir-nos durante os próximos meses.”

5. John Hussman avisa que as condições de mercado que estamos atualmente a observar apenas ocorreram em alguns momentos chave da nossa história

"Esta não é altura de estarmos em piloto automático. Se olhar para os dados, irá perceber que as nossas preocupações atuais não são uma hipérbole ou exagero. Nunca testemunhámos as condições atuais do mercado a não ser numa mão cheia de situações em toda a história do mercado, elas acabaram habitualmente de forma muito má (leia as obras “When You Look Back on This Moment in History” e “All Their Eggs in Janet’s Basket” para uma discussão mais exaustiva acerca das condições atuais)."

"Na minha perspetiva, este é um dos momentos mais importantes numa geração para examinar toda a sua exposição ao risco, a sua tolerância às perdas, a sua confiança nas provas históricas, o seu conforto ou desconforto em falhar potenciais subidas mesmo no mercado sobreavaliado, e o seu verdadeiro horizonte de investimento."

6. Durante a sua recente intervenção na CNBC, Marc Faber sugeriu que as ações norte-americanas poderão estar prestes a cair até 40%

O mercado bolsista norte-americano poderia “facilmente” cair entre 20 a 40%, afirmou Marc Faber na quarta-feira, citando uma série de fatores incluindo a crescente lista de empresas a negociar abaixo da sua média a 200 dias.

Nos últimos dias, “registaram-se ainda mais ações a cair do que a subir, e a lista de novos mínimos a 12 meses foi também muito grande na sexta-feira”, afirmou o autor do The Gloom, Boom & Doom Report à CNBC.

“Mostra-nos que muitas ações estão já a cair.”

7. Num artigo anterior, referi que Henry Blodget da Business Insider sugere que as ações norte-americanas poderão em breve descer até 50%

"Tal como os leitores regulares devem saber, durante os últimos 21 meses tenho estado a exprimir as minhas preocupações acerca dos preços das ações americanas. Especificamente, sugeri que uma quebra de 30 a 50% não seria uma surpresa."

"Eu não previ um crash. Mas já disse claramente que penso que as ações vão dar retornos muito abaixo da média durante os próximos sete a 10 anos. E certamente que no ficarei surpreendido se vir as ações a caírem. Não digam que não vos avisei!"

Egon von Greyerz é ainda mais pessimista. Recentemente, ele disse à King World News que nos estamos a dirigir para “a mais histórica destruição de riqueza de sempre”

"Eric, há agora mais áreas problemáticas no mundo, no que situações estáveis. Não há nenhuma grande nação no Ocidente capaz de pagar as suas dívidas. A mesmo se aplica ao Japão e à maioria dos mercados emergentes. A Europa é uma experiência de socialismo falhada e uma gastadora de défice. A China é uma bolha enorme, em termos dos mercados de ações, mercado de propriedades e sistema bancário. O Japão é outro caso e os Estados Unidos são o país mais endividado no mundo, e têm vivido acima das suas possibilidades durante mais de 50 anos."

"Por isso vamos ver uma dívida de 200 biliões de dólares e uma implosão de derivativos no valor de 1,5 triliões de dólares. Isso irá conduzir à mais histórica destruição de riqueza de sempre a nível de ações globais, com os mercados de obrigações e de propriedades a caírem pelo menos 75 a 95%. O mundo das transações também vai contrair dramaticamente e vamos ver tempos difíceis em todo o globo."

E então, terão eles razão?

Vamos saber em breve.

E claro que eles não são os únicos a ter um mau pressentimento acerca daquilo que nos espera. Um inquérito recente da estação americana WSJ/NBC concluiu que 65% dos americanos acreditam que o país está no caminho errado.

O Índice de Confiança Económica da Gallup também caiu para o seu nível mais baixo deste ano…

A confiança dos norte-americanos na economia dos EUA caiu fortemente em julho para o seu nível mais baixo de 2015, de acordo com o novo Índice de Confiança Económica divulgado pela Gallup na terça-feira.

“ O Índice de Confiança Económica da Gallup caiu para uma média de -12 em julho de -8 em junho. Esta é a média mensal mais baixa desde outubro do último ano, e é uma diferença notória da média de +3 em janeiro”, revelou a empresa.

A Gallup afirmou que as condições “económicas instáveis”, incluindo o tumulto nos mercados chineses e a incerteza na Europa acerca do acordo grego, bem como a volatilidade do mercado americano, são fatores que estão a empurrar para baixo a confiança na economia americana.

Estes “maus pressentimentos” refletem-se também nas estatísticas económicas. O consumo dos americanos tem vido a cair por três meses consecutivos, e as encomendas nas fábricas dos EUA caíram pelo oitavo mês consecutivo.

Os números estão a demonstrar que nos estamos a dirigir para outra grande recessão.

Mas poderá isto ser apenas mais um falso alarme?

Poderá ser possível que os otimistas cegos tenham razão e tudo vá acabar em bem?

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