A queda das bolsas europeias
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O mercado de ações europeu está a ir por um mau caminho, com as ações a apresentarem as maiores quedas desde 2008 e o índice alemão DAX a caminhar para o mercado baixista.

As ações de quase todas as empresas listadas no índice Stoxx Europe 600 caíram fortemente depois da pior semana em quatro anos. O índice estava a perder 3,4% às 12:05 de Lisboa, com as empresas mineiras a liderarem a queda, sendo que as matérias primas estavam a ser vendidas aos preços mais baixos desde 1999. O índice alemão DAX estava a perder 3,1%, menos 21% que o seu pico.

Tudo isto começou com a desvalorização da moeda chinesa, que por sua vez causou um movimento de correção do Stoxx 600, que fechou 12% abaixo do record atingido em abril. Treze dos dezoito mercados da Europa ocidental caíram 10% ou mais em relação aos seus picos, e o volume de ações do Stoxx 600 a serem negociadas quase duplicou hoje a sua média de 30 dias.

“Hoje toda a gente parece estar a tentar vender e está instalado o pânico, não se veem reações racionais,” diz Michael Woischneck da Lampe Asset Management GmbH, que ajuda a gerir ativos no valor de 6200 milhões de euros. “Não haverá nenhuma recuperação hoje. À tarde os americanos seguirão a tendência europeia e aumentarão a pressão para vender, o que nos porá ainda mais em baixo.”

O índice DAX, um dos maiores vencedores no início do ano, será um dos mais afetados pela atual onda de perdas devido à sua elevada exposição à China, diz Woischneck. Caso o índice feche ao seu nível corrente será o primeiro índice da Europa ocidental a entrar num mercado baixista.

O deslize do FTSE 100

Todos os índices que servem de medida às ações da região desceram mais que 2,5%. O índice FTSE 100 do Reino Unido está a caminho do seu nível mais baixo desde 2012 e durante alguns momentos encontrou-se abaixo dos 6.000 pontos. A Glencore Plc e a BHP Billiton Ltd. Caíram mais de 6%.

A Abengoa SA estava entre as únicas 4 empresas do Stoxx 600 a valorizar. O relatório indicou que um dos acionistas repagou um empréstimo e as ações usadas como garantia foram libertas. A empresa de media da Suécia Modern Times Group AB valorizou 2,6% depois de anunciar que iria cortar postos de trabalho.

A reação ao “sell-off” global

Mais de 5 biliões de dólares desapareceram do valor das ações de todo o mundo desde que a China inesperadamente desvalorizou o yuan, aumentando as preocupações de um abrandar da economia mundial. O pânico intensificou-se no final da última semana, quando as ações americanas, que tinham permanecido relativamente estáveis, caíram enquanto os investidores abandonavam aqueles que estavam a ser os grandes vencedores de 2015.

A debanda colocou a valorização do Stoxx 600 num mínimo de 7 meses de 15,4 vezes os ganhos estimados de sexta-feira, comparado com as 17,4 vezes em abril, quando o Banco Central Europeu começou o seu programa de flexibilização quantitativa de apoio à economia.

Níveis técnicos

Hoje o o Stoxx 600 atingiu valores mínimos de 347,8 pontos, ou seja, 32 pontos abaixo da sua média móvel de 200 dias, a maior diferença desde outubro. Atingiu um nível nas conversações de preço que indica que perdeu demasiado e que pode por isso sofrer um ressalto. O seu nível de força relativa estava em 22,1, o mais baixo desde outubro.

Um alívio genuíno só poderá ocorrer quando se tornar evidente que o crescimento da produção mundial e do comércio for ressuscitado,” de acordo com o relatório da Kepler Cheuvreux enviado hoje por email. “Nós queremos manter-nos expostos às vicissitudes do crescimento doméstico e regional da Europa.”

A Kepler reduziu o rating das empresas de tecnologia para “pesos ligeiros” e os bancos para “neutros” enquanto aumentos as empresas de utilitários para “neutros” e as empresas imobiliárias para “pesos pesados”.

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