Os novos descobridores: os empreendedores portugueses
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Procuramos o conteúdo mais interessante da internet para o levar até si na sua língua materna. Desta vez o magazine Forbes decidiu elogiar os novos empreendedores portugueses. Perceba porquê.

Uma maré de empreendedorismo está a varrer a Europa, à medida que a crise da zona euro e as medidas de austeridade que a acompanham levam cada vez mais pessoas a tentar a sorte e começar o seu próprio negócio e fomentar o crescimento continental de incubadoras tecnológicas e aceleradores.

Em nenhum lugar isto foi mais impressionante do que em Portugal, um país famoso pelos seus exploradores marítimos, rico em história e cultura, e agora inspirador no seu abraço do empreendedorismo.

Um pouco ofuscado pelo hub de tecnologia em expansão em Berlim, e em menor medida pelo rápido crescimento de startups em toda a europa do leste, o rápido emergir do empresário Português tem que ser a história invisível dos últimos quatro anos, enquanto promissoras novas empresas ganham financiamento de investimentos, lançam produtos internacionais e garantem as suas saídas.

Tal como os seus homólogos de outros países europeus onde o desemprego permanece alto, os novos empresários em Portugal têm simplesmente encontrado lacunas no mercado, e aplicado a sua engenhosidade criativa para as preencher. No processo, têm ajudado na transição da sua economia nativa com raízes tradicionais de manufatura para uma baseada na inovação.

E depois de vários anos de recessão, na parte de trás desta revolução de startups, o PIB cresceu 1,6% este ano.

Aqui, o empreendedorismo tem desfrutado do apoio do governo, que inclui o lançamento da agência de investimento Portugal Ventures, um fundo de €450 milhões com foco em investimentos em empresas de tecnologia inovadoras, bem como startups em sectores mais tradicionais.

A criação de um número de incubadoras de empresas, como a Startup Lisboa, forneceu um novo impulso, oferecendo às empresas novatas o escritório e apoio de negócios de que precisam para sair do chão.

A actividade de acelerador em Portugal também está a acelerar. O mais famoso, Lisboa Challenge, tem sido reconhecido como um dos cinco melhores programas mais ativos na Europa.

Surgiram uma série de startups e passaram a juntar-se às TechStars, Y Combinator e Seedcamp, enquanto 40% das pessoas que saem da Lisboa Challenge têm assegurado um investimento VC, cada vez mais a partir dos EUA.

Então, quem são portugueses em que devemos estar de olho?

A empresa de software de call centres, Talkdesk, que angariou $15 milhões em financiamentos Série A em Junho de investidores norte-americanos da Storm Ventures e DFJ, para começar. O negócio começou quando os co-fundadores Tiago Paiva e Cristina Fonseca passaram duas semanas a programar para criar uma solução de call center baseado em cloud, que inscreveram num concurso de desenvolvedores, Twilio, e que o posteriormente ganhou. Na semana seguinte, os dois estavam iam para Silicon Valley. A empresa agora tem mais de 2000 clientes em 54 países, incluindo DoorDash, Weather.com, Edmunds.com e Anki.

A Feedzai é uma startup de proteção contra fraudes portuguesa que acaba de garantir $17,5 milhões num financiamento de Série B, apoiado pela Oak HC/FT, Sapphire Ventures e Espírito Santo Ventures. Fundada em 2011, o seu software identifica riscos e blocos de fraude mais cedo, minimizando o risco, perda e invasões desnecessárias sobre os clientes. No ano passado a Feedzai analisou mais de 18 mil milhões de transações, o equivalente a mais de $760 mil milhões em valores de pagamento.

A Veniam, que se declara a "Internet das coisas em movimento", melhora a rede Wifi, transformando veículos em pontos de acesso, e no ano passado recebeu $4,9 milhões num financiamento Série A liderado pela True Ventures. Uma empresa saída das universidades do Porto e Aveiro, a Veniam foi fundada por João Barros, Susana Sargento, Roy Russell e Robin Chase, co-fundador e ex-CEO da Zipcar. No Porto, 73% dos condutores de autocarros com dispositivos móveis agora usam Wifi livre da Veniam.

Outras startups

Outras startups portugueses notáveis ​​incluem a PharmAssistant, que desenvolveu uma "garrafa inteligente” para comprimidos. O dispositivo tem um alarme visual e sonoro embutido informando o utilizador quando é hora de tomar a medicação. No ano passado a PharmAssistant recebeu uma doação de €50 000 da gigante farmacêutica Bayer.

Depois, há a Cuckuu, um aplicativo despertador que permite aos utilizadores criar os seus próprios alarmes ou Cuckuus, e seguir os amigos, família e outros utilizadores, e tem como objetivo melhorar a interação social.

A empresa de serviços de tradução Unbabel combina a inteligência artificial e humana para entregar traduções mais rápidas com qualidade humana. Apoiada pela Y Combinator, a Unbabel estima que o seu formato de tradução automática rentável poupou a clientes empresariais $2 milhões nas suas necessidades de tradução.

Há cinco anos atrás, um tal ressurgimento empreendedor teria sido inimaginável. Portugal foi um dos países mais atingidos na Europa durante a última crise financeira, e há apenas quatro anos estava numa profunda recessão. O empreendedorismo era quase inexistente.

Hoje, esta nação com a sua história de exploração marítima, está a liderar uma nova expedição, uma viagem de descoberta de tendência empresarial que muitos esperam que continue nos próximos anos.

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