Segundo analistas, o crescimento económico do país vai acelerar.
A perspetiva do crescimento económico chinês não é tão má como alguns comentadores têm sugerido ultimamente, e embora de momento esteja bastante incerto, definitivamente não está em falência.
A situação apresentada pela equipa de investigação de estratégia de carteira do Goldman Sachs numa nota lançada no início desta semana sugere que o crescimento económico chinês vai recuperar no último trimestre deste ano graças à flexibilidade fiscal, monetária e às políticas de reforma.
Apresentamos o que diz Goldman sobre o recente abrandamento no crescimento da China.
“Tal como comprovaram os desapontantes dados oficiais, incluindo da propriedade intelectual, dos índices de gestores de compras e das exportações, o crescimento da China abrandou significativamente nos últimos meses. De facto, vários indicadores alternativos da atividade económica chinesa implicaram durante algum tempo um abrandamento mais acentuado do que os dados do PIB, especialmente no setor dos produtos e das indústrias de matérias-primas de capital intenso. A imagem do crescimento a curto prazo é ainda mais complicada pelo recente encerramento de instalações de produção nos arredores da Grande Pequim e devido aos campeonatos de atletismo mundiais e das comemorações da Segunda Guerra Mundial. Resumindo, um terceiro trimestre mais fraco é inevitável e a probabilidade de uma recuperação do crescimento se desvendar quando os dados de setembro forem lançados lá para o início ou meio de outubro é muito grande.”
Apesar do cenário de enfraquecimento no crescimento recente, a flexibilidade da política para os dirigentes políticos continua a elevar as expetativas para uma recuperação no crescimento do ponto de vista do Goldman.
Quanto à política monetária, o banco sugere que o Banco Popular da China (BPDC) vá seguir com os cortes nos juros e no depósito compulsório na terça-feira, prevendo-se outra redução na taxa de 25 pontos base, juntamente com umas reduções adicionais de 50 pontos base no depósito compulsório.
Em termos fiscais, o Goldman prevê que os swaps da dívida pública locais vão continuar – permitindo às entidades alterar títulos de dívida mais cotados mais recentes para títulos de dívida menos cotados mais antigos – enquanto as parcerias públicas e privadas serão melhoradas. Prevê igualmente que o BPDC vá aumentar os empréstimos diretos a apoios do banco, algo que acredita que “deverá melhorar bastante a procura de investimento, para além de provocar uma pressão política maior por parte do governo central nos agentes locais para investir”.
Em relação às reformas que potencialmente poderiam estimular o crescimento, o banco sugere que serão feitas nas áreas da política demográfica, redes de segurança social e de proteção ambiental, juntamente com reformas a empresas estatais.
Com todos estes fatores potencialmente a caminho, especialmente no domínio fiscal, o Goldman espera que o crescimento no quarto trimestre seja de 8,0% (trimestral anualizado), um aumento em relação aos 7,5% previstos no terceiro trimestre.