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Eis como os investidores reagem aos recentes acontecimentos nacionais. Será que com um governo de esquerda a tendência se irá manter?

Os juros da dívida soberana portuguesa estão a aumentar para todos os prazos, liderando a subida dos títulos soberanos dos países da zona euro, depois de o Partido Socialista ter aprovado um plano para unir forças com outros partidos de esquerda para depor o novo governo de Pedro Passos Coelho.

A taxa a 10 anos alcançou o nível mais elevado desde julho, marcando o maior agravamento na zona euro. Tal deverá estar relacionado com o facto de os socialistas irem apresentar uma moção no Parlamento para rejeitar o programa do governo Coelho. O líder socialista António Costa vai "formalizar" os compromissos assumidos com os outros partidos para formar um novo governo.

No mês passado as obrigações portuguesas perderam 1,8%. O rendimento extra, ou spread, que os investidores obtêm para a realização de títulos a 10 anos portuguesas subiu para o nível recorde desde agosto.

Hoje, a yield das obrigações a 10 anos disparou 16 pontos base para 2,84% às 10:54 hora Lisboa, após subir para 2,87%. Esta é a taxa absoluta que os investidores exigem para comprar dívida pública portuguesa a 10 anos.

As yields ainda estão abaixo dos mais de 18% de janeiro de 2012, devido ao programa de compra de obrigações do BCE para incentivar o crescimento económico na região. A taxa a 10 anos da Alemanha cresceu três pontos base para 0,72%, deixando a diferença com os colegas portugueses de 213 pontos base. Ao mesmo tempo, a Espanha e a Itália sofreram subidas muito mais leves, com os titulos da Espanha a subirem sete pontos base para 1,99% e os da Itália a aumentarem três pontos para 1,82%.

O mais grave para Portugal é a tendência de forte elevação do prémio de risco exigido pelos investidores em comparação com os juros sem risco da Alemanha. No dia seguinte às eleições, quando se esperava que o PSD e o CDS fossem formar governo com apoio do PS, este indicador estava abaixo de 175 pontos base.

As subidas nos juros de Portugal, porém, têm sido controladas devido à probabilidade de que o Banco Central Europeu reforce os estímulos monetários ao comprar dívida pública e diminuir a taxa cobrada aos bancos pelos depósitos.

Ao mesmo tempo hoje (segunda-feira) na bolsa portuguesa a banca está a registar fortes quedas com o BCP a perder, às 13h53, 7,21% a o BPI a recuar 5%, levando o PSI 20 a cair 3%.

O resto Europa da Europa também está maioritariamente em território negativo, mas numa queda máxima de 0,43% em Paris. A bolsa grega é a que mais valoriza (1,03%), apesar de hoje o presidente do Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem ter assumido que na reunião de hoje dos ministros do euro não será decidida a libertação da tranche de 2.000 milhões de euros à Grécia.

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