Saiba como os juros da dívida e a bolsa de Lisboa estão a reagir á indigitação de António Costa como primeiro-ministro.
A nomeação de António Costa para primeiro-ministro não afetou muito as bolsas de valores e os mercados de dívida soberana. As 'yields' da dívida a 10 anos, que agravavam suavemente pouco antes da indigitação, cairam após a mesma. No PSI 20 a manhã começou com perdas, que no entanto acabaram por ser recuperadas.
A nomeação era previsível para os mercados, além de ser a opção mais razoável depois de ter sido alcançado um acordo de grande importância à esquerda, segundo Pedro Ricardo Santos, da XTB Portugal, e Steven Santos, do BIG.
“A normalização do ambiente económico pesou certamente na decisão [de Cavaco Silva], já que a atual situação de governo de gestão limitava o investimento e consumo dos principais agentes”, afirmou o gestor da XTB Portugal. “Para já, o mercado de dívida não está a penalizar a decisão, as yields portuguesas a 10 anos negoceiam em valores próximos ao fecho de ontem. Esta estabilidade acaba por reflectir a preferência dos investidores relativamente às possibilidades de governo”, acrescentou.
As consequências ocasionais de um governo de esquerda, que abrange partidos com ideias eurocéticas, estavam amplamente reduzidas, acentuou por sua vez Steven Santos, sublinhando que mesmo assim sentiu-se, em reação repentina, um acréscimo das 'yields' das obrigações do Tesouro a 10 anos, um dia antes de o IGCP emitir títulos neste triunfo, e "o PSI 20 sofreu alguma pressão vendedora, numa manhã marcada pelas desvalorizações na Europa”.
A maturidade dos juros da dívida portuguesa a 10 anos reduziu 1,7 pontos base, para 2,526%, ao contrário da tendência em alta verificada esta terça-feira na Grécia. Também a Espanha, Itália, França e Alemanha apresentam uma descida das ‘yields’, entre outros países.
Por seu turno, o PSI 20 continua em terreno negativo, acima de 1% de perdas, o que está em sintonia com as principais bolsas da Europa, e não revela assim uma especial reação à indigitação de António Costa.