As yields da dívida pública de Portugal seguem a tendência europeia e descem para os valores mais baixos das últimas semanas.
Os juros da dívida pública cairam em todos os prazos ao final desta manhã, liderando as quedas entre os países periféricos da zona euro, onde as negociações oscilem entre quedas e ligeiras subidas.
As "yields" das obrigações a dez anos reduzem seis pontos base no mercado secundário para 2,35%, o valor mais fraco intradiário desde 23 de outubro, durante a tomada de posse do novo governo. Quanto ao prémio de risco (diferença entre juros) com referência aos títulos alemães na mesma maturidade, este atinge 188 pontos base, valor mínimo de um mês.
Esta tendência deu-se durante a tomada de posso do novo executivo apoiado pelos esquerdistas. O gestor da XTB Portugal Pedro Ricardo Santos destaca o dia de hoje, afirmando que a regularidade democrática será restituida "com a tomada de posse do novo governo", com o suporte prevalecente no parlamento.
Porém, segundo ele, os investidores continuam preocupados no que concerne à habilidade do novo governo de cumprir os acordos europeus de estabelidade orçamental.
A negociação das obrigações portuguesas beneficia da probabilidade de que os estímulos do Banco Central Europeu possam ser fortalecidas, o que vai ser assunto de discussão na próxima reunião do BCE.
O banco central está a considerar a possibilidade tanto de comprar pacotes de crédito malparado, como também de introduzir um sistema dual na definição da sua taxa de depósito, segundo a agência Reuters.
Hoje, o banco holandês Rabobank anunciou que o BCE está a compor "um pacote de estímulos para a próxima semana", com um corte na taxa de depósitos, uma ampliação da flexibilização quantitativa e um possível aumento das compras.