BCE pode aumentar estímulos em março
Reuters/Kai Pfaffenbach
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Para já o Banco Central Europeu não mexe nas taxas de juro de referência, mas o programa de estímulos poderá vir a ser reforçado em breve.

O presidente do Banco Central Europeu admitiu hoje após a reunião da instituição que “pode ser necessário reconsiderar” em março a política monetária que está a ser seguida, deixando implícito que poderá haver um reforço dos estímulos monetários. Mario Draghi afirma que o início de 2016 está a ser marcado por instabilidade nos mercados financeiros e uma incerteza quanto às economias globais, o que contribui para que se preveja uma taxa de inflação “muito baixa, mesmo negativa” na zona euro nos próximos meses.

Draghi afirmou que“os riscos negativos voltaram a aumentar, num contexto de crescimento da incerteza face ao crescimento das economias emergentes”, e as expectativas de inflação – que o BCE quer estimular – estão “cada vez mais correlacionadas com [a queda dos] preços do petróleo”. Depois da deceção com que a última reunião do BCE foi recebida nos mercados, em dezembro, desta vez o BCE reconhece que pode ser necessário fazer mais para evitar um período de deflação na zona euro.

O que torna a declaração surpreendente é o facto de ainda há poucos dias vários membros do Conselho de Governadores do BCE tinham dito que não estavam na calha novas medidas de estímulo no horizonte próximo. Draghi indicou que a mensagem transmitida esta quinta-feira foi “unânime”.

Há cerca de um ano o BCE iniciou um programa de aquisição de títulos de dívida pública no âmbito do seu programa de estímulos monetários, que injeta 60 mil milhões de euros por mês no sistema financeiro. O programa foi, entretanto, prolongado até março de 2017, mas o BCE reconhece que as medidas atuais podem não ser suficientes para elevar a taxa de inflação para perto de 2%, como prevê o objetivo do banco central.

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