Dívida: Portugal considera exemplo de fundo italiano
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Centeno esteve em Washington para as reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial e teve a oportunidade de se encontrar com assessores responsáveis pelo Atlante, fundo de resgate italiano.

De acordo com Mário Centeno, ministro das Finanças, Portugal está a considerar o exemplo do Atlante, fundo de resgate (de bancos) italiano, para perceber se o mesmo se adequa como modelo para a redução do fardo da dívida no sistema financeiro nacional.

“Estamos a analisar e é algo em que estamos a trabalhar bastante.” – Avançou Centeno numa entrevista em Washington no sábado. “Vamos verificar se os fundos nacionais – ou se os fundos atraídos de fora do sistema – serão a chave para a criação de uma estratégia e incentivos.”

Centeno, que esteve em Washington para as reuniões de primavera do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, avançou ter-se encontrado com assessores responsáveis pelo Atlante, que se destina a ajudar os bancos locais e que será financiado por bancos, seguradoras e investidores institucionais incluindo uma entidade credora apoiada pelo estado. De acordo com Centeno, Portugal poderá exigir uma solução um pouco diferente.

“As semelhanças e diferenças terão a ver com o tipo de bens a incluir no fundo, se se tratam de bens imobiliários ou de crédito para as empresas.” – Afirmou. “Tal torna as componentes do fundo diferentes do encontrado em Itália.”

O ministro das Finanças italiano, Pier Carlo Padoan, avançou no sábado que a abordagem de fundo privado é “altamente exportável” e vista como “exemplo de boa prática” a nível internacional.

Crédito em incumprimento e CGD

De acordo com o Banco de Portugal, Portugal e Itália encontram-se entre os seis países europeus com um rácio de crédito em incumprimento acima de 10%. A Caixa Geral de Depósitos, maior banco do país em ativos, terá de reunir mais fundos para reforçar as suas finanças. Centeno avançou que a decisão quanto ao aumento de capital – que irá necessitar de aprovação da Comissão Europeia e da supervisão do Banco Central Europeu – surgirá no seguimento da nomeação de uma nova equipa de gestão para o banco e da conceção de um novo plano de negócios.

“A nova equipa é algo em que estamos a trabalhar agora.” – Afirmou. “A interação com Bruxelas e com o BCE terá início imediato e durante 2016 toda esta questão será clarificada.”

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