Os mais ricos estão a tornar-se mais reservados quanto ao seu dinheiro
Reuters
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O escândalo dos Panama Papers provocou aumento de ansiedade entre os mais ricos

Poderá ter pensado que os Panama Papers levariam os ultra-ricos a procurar paraísos fiscais mais transparentes.

De acordo com Jordan Greenaway, consultor baseado em Londres que trabalha com grandes fortunas, parece que não.

Em vez disso estão a ir ainda mais longe, a procurar paraísos fiscais mais protegidos como as ilhas Marshall, o Líbano e Antigua.

O escândalo dos Panama Papers ao redor do escritório de advogados Mossack Fonseca, que ajudou políticos e empresários a esconder o seu dinheiro, aumentou a ansiedade entre os mais ricos, de acordo com o avançado por Greenaway.

De 2012 em diante, os mais ricos do mundo possuíram tanto como 32 biliões de dólares em paraísos fiscais, de acordo com uma pesquisa realizada pela Tax Justice Network.

Entretanto, verifica-se uma preocupação geral entre os profissionais de que se venha a verificar maior controlo. A Deloitte, consultora, concluiu através de inquérito que a maioria dos profissionais espera aumento da fiscalização a nível global depois dos Panama Papers.

Panama Papers: maior pressão a nível global

Parte da mudança para paraísos mais discretos é resultado de outros paraísos se terem tornado mais transparentes.

Guernsey, uma ilha-paraíso-fiscal ao largo da costa francesa, avançou no início deste ano que apoia medidas que melhorem a transparência no seguimento dos Panama Papers. Outros paraísos fiscais não acompanharam, o que significa que estão a atrair aqueles que preferem permanecer de forma discreta.

E há outros fatores em jogo, como as emoções.

“A ansiedade é ainda mais intensa com a riqueza herdada. (...) Todo o conceito de ter de fornecer detalhes sobre as suas finanças é estranho para estes indivíduos.” – Afirmou Greenaway ao Business Insider.

E acrescentou:

“Serão necessários mais escândalos para que mudem o seu comportamento.”

Ainda assim, recentes divulgações têm levado os mais ricos a tomarem medidas mais cautelosas. Os e-mails, por exemplo, estão a tornar-se menos comuns – de acordo com Paul Blanchard, colega de Greenaway e gestor da Right Angles. Preferem falar ao telefone do que escrever, acrescentou.

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