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Os estrategas de mercado dizem que a história favorece Clinton

O partido republicano é tradicionalmente conhecido como o partido de Wall Street mas este ano os investidores, na sua maioria, estão a apostar contra o porta-estandarte republicano.

“Parece que o mercado decidiu que [Hillary] Clinton não só irá ganhar como o fará por larga margem.” – Avançou David Woo, estratega no Bank of America Merrill Lynch, num relatório distribuído na segunda-feira.

Woo notou que o S&P 500 subiu mais de 4% desde 5 de julho, que marca o início da contagem decrescente de 90 dias de negociação até às eleições, que terão lugar a 8 de novembro. Durante anos, quando candidatos presidenciais venceram por uma margem superior a 80% (votos do Colégio Eleitoral) o S&P 500 apresentou retornos médios de 8,4% nos 90 dias que antecederam a eleição, como este gráfico ilustra:

A última vez que as ações superaram a recuperação atual a meio caminho foi quando Ronald Reagan venceu contra Walter Mondale em 1984.

“Para nós isso indica que o mercado está à espera que Hillary Clinton mantenha ou aumente a sua já considerável vantagem sobre Donald Trump nas sondagens.” – Avançou Woo, citando o Iowa Electronic Markets (IEM), um indicador que concede a Clinton 80% de hipóteses de vencer Trump.

No início deste ano, Sam Stovall, estratega focado em ações norte-americanas na S&P Global Market Intelligence, notou que o S&P 500 SPX, - 0,20%, tem um bom histórico de prever resultados eleitorais.

Desde 1944 que o incumbente ou partido foi reeleito em 82% das vezes quando o S&P 500 subiu entre 31 de julho e 31 de outubro, de acordo com Stovall. As únicas exceções verificaram-se em 1968 e 1980, quando existiram terceiros candidatos populares.

“Sempre que o S&P 500 caiu em termos de preço nesses três meses, no entanto, assinalou-se a substituição do titular do cargo em 86% das vezes.” – Acrescentou.

Os números mais recentes mostram Clinton a liderar na maioria das sondagens eleitorais, de acordo com notícias e dados agregados pela RealClearPolitics.

O S&P 500 atingiu uma alta recorde a 15 de agosto e está posicionado para estender essa recuperação por seis meses seguidos. O Dow Jones Industrial Average DJIA, - 0,26%, também teve um ligeiro ganho em agosto – o seu sétimo mês consecutivo a experienciar um aumento, de acordo com a FactSet.

Entretanto, o mercado está também a aguardar um Congresso dividido e muito pouca mudança em termos de políticas, de acordo com Woo.

A volatilidade da paridade euro-dólar, EURUSD, + 0,0269%, que os estrategas consideram como um bom indicador para medir o risco de mudança nos EUA face ao resto do mundo, encontra-se no seu valor mais baixo de 2016, indicando expectativas moderadas quanto à mudança política.

“A combinação de um Presidente democrata com um Congresso dividido significa, provavelmente, um impasse. (...) Se este cenário se materializar, a experiência dos últimos anos sugere que existe pouca hipótese de grande mudança em políticas económicas fundamentais no futuro próximo.” – Avançou Woo.

Como resultado, os investidores poderão esperar taxas de juro mais baixas e um dólar mais fraco. No entanto, e de acordo com Woo, caso o mesmo partido vença a Casa Branca e controlo no Congresso, o dólar sairá fortalecido e as taxas subirão.

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