Blockchain e a ajuda ao desenvolvimento: transparência, eficiência e resultados
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17 de Julho de 2017

São diversas as start-ups e organizações a trabalhar para melhorar a eficiência da ajuda ao desenvolvimento – nomeadamente com recurso à blockchain. A tecnologia ao serviço do desenvolvimento.

Um dos mais desanimadores aspetos ao redor da ajuda ao desenvolvimento (o apoio a países em desenvolvimento, tendencialmente localizados no hemisfério sul) é a noção de que uma grande proporção da ajuda (geralmente sob a forma de fundos) não chega onde devia chegar.

Além da burocracia e dos custos com transferências, há o preço da corrupção, que conduz a “falhas” ao longo da cadeia. De acordo com o antigo Secretário Geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, tanto como 30% de toda a ajuda ao desenvolvimento não chega ao destino.

Em resposta, organizações não-governamentais à volta do mundo estão a voltar-se para a tecnologia blockchain para tentar mudar a situação. Poderá tratar-se de uma transformação capaz de alterar a forma como a ajuda é entregue – bem como a quantidade de ajuda entregue.

Transparência

Na semana passada, uma rede de agências nacionais e internacionais baseada no Reino Unido anunciou um projeto-teste com a Disberse, uma start-up focada em blockchain que procura melhorar a transferência e rastreabilidade de fundos doados. Porém, não é a única iniciativa, há projetos semelhantes em andamento.

O World Food Programme (ONU), por exemplo, testou recentemente um método de distribuição de ajuda a refugiados (na Jordânia) baseado em blockchain – e no início deste ano as Nações Unidas solicitaram a start-ups focadas em blockchain que ajudem a melhorar sistemas e a desenvolver novos processos.

São diversas as start-ups a trabalhar para acelerar transferências e melhorar a eficiência da ajuda ao desenvolvimento.

A verdade é que se presta cada vez mais atenção à transparência proporcionada pela tecnologia. Com a opacidade de muitas redes de distribuição a embaciar o destino de montantes reunidos, torna-se premente uma visão mais clara dos fluxos e do impacto – uma maior prestação de contas.

Mais: com maior transparência vem também maior confiança de que os fundos estão a chegar aos seus destinatários intactos, contribuindo para aliviar a pobreza e fomentar o crescimento económico – o que poderá, por sua vez, encorajar os doadores a aumentar a dimensão das suas doações.

Resultados

É provável que cada vez mais legisladores apoiem uma transição (na área da ajuda ao desenvolvimento) apoiada por inovação tecnológica – como a blockchain – uma vez que o cenário de risco é relativamente baixo quando tidos em consideração os benefícios que crescente transparência pode trazer.

Poderá ser feita a diferença.

Fonte: Coindesk

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