3 principais erros dos investidores
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John Woerth, porta-voz de uma das maiores gestoras de fundos de investimento do mundo – a Vanguard, partilha aqui os erros que cometeu enquanto investidor para que você não os cometa também.

Durante mais de 25 anos como investidor, fiz algumas coisas bem feitas. Participei no plano poupança-reforma da Vanguard, mantive um ritmo de investimento saudável que me permitiu construir um portfolio de investimento variado e equilibrado. Fiz maioritariamente fundos de investimento com pouco capital e a curto-prazo, mantive-me dentro da estratégia que delineei, mesmo perante os mercados sinuosos.

Devo admitir, que houve alturas em que os meus limites foram postos á prova. Tal como no meu primeiro ano na Vanguard – em Outubro de 1987 – quando a cotação da bolsa de valores desceu na ordem dos 23% num só dia. Na verdade, eu não tinha muito dinheiro a perder, mas a amplitude da queda foi de tal ordem que a comparação ao “crash” de 1929 foi inevitável. Nessa altura tomei consciência dos riscos do setor financeiro.
Em 2008 e 2009 a agitação era excruciante, os riscos do colapso eram muito mais avultados. Mas mesmo assim, eu mantive a minha posição e permaneci na Vanguard.

Mas convém que fique claro que eu tive a minha cota parte de erros ao longo do meu percurso. Deixo-lhe dois dos meus erros, e um que podia ter sido.

1. A caça desenfreada ao lucro

Um dos meus primeiros investimentos foi em títulos do Fundo GNMA (Government National Mortgage Association) da Vanguard. Na altura senti-me atraído pelo rendimento apelativo e ignorei o risco que acompanhou todo o investimento. Eu não estava familiarizado com a flutuação do valor do património líquido, que eu ingenuamente acreditava ser um fundo de obrigações de um banco conservador. A experiencia às vezes é uma professora cruel.

Erro: Ganância e Ignorância.

Lição: Não perseguir um investimento apenas pelo seu desempenho ou rendimento no passado. Pesquise, tenha expectativas mais realistas. Desta forma irá compensar o risco de qualquer investimento que faça.

2. “Investir” em fundos de país único

Especular é a descrição mais certeira. Dois mercados de ações específicos de país pareciam estar abatidos e maduros para a recuperação, por isso eu decidi investir uma boa quantia de capital. Tal como esperado os mercados recuperaram e eu sentia-me muito inteligente, mas diz-se que tudo o que é bom acaba rápido, e o sentimento durou até 2007 -2008. Nessa altura a perda financeira foi atordoante, mas acabei por colher algumas perdas para compensar os ganhos de capital.

Erro: Arrogância.

Lição: Não tente cronometrar o Mercado. Perceba que quanto mais o mercado se estreita, maiores são os riscos que dele emergem. O dinheiro dos mercados vem a longo prazo, não tente apressar o curso natural das coisas.

3. Não estar atento a uma situação financeira em mudança

Mesmo que seja um investimento feito a longo prazo, por vezes, é necessário fazer pequenos ajustes. Um colega meu cometeu um erro crato, que lhe saiu caro. Utilizou o fundo de investimento da faculdade do seu filho, e fez investimentos agressivos na compra de títulos. Ignorou completamente a ideia de “inatividade”, e não conseguiu adotar uma postura conservadora a fim de preservar o fundo até á idade em que o seu filho iria para a faculdade. Em 2008 e 2009, colapsou, teve perdas irreparáveis. Aprenda com o tropeção dele. Só recentemente eu movi parte do fundo de investimento de faculdade da minha filha, que já está na idade adulta, mas para um fundo de obrigações a curto-prazo.

Erro: Inatividade.

Lição: Deve monitorizar com regularidade o seu portfolio de investimento, e fazer alterações sempre que as circunstâncias assim o exigirem (mas não o faça pelo que os mercados financeiros dizem).

Ganhar o Jogo do Perdedor

Eu aprendi que interiorizar alguns conceitos chave, é fundamental, para minimizar as perdas – e é a forma menos arriscada para alcançar sucesso no seu investimento.

No livro, “ Wining The Loser´s Game”, do administrador de fundos Vanguard Charles Ellis, lê-se que um investimento é como um jogo de golfe ao fim-de-semana. Em que na grande maioria das vezes o vencedor do jogo é o “pateta”, que se dedica a evitar cometer erros. O menos hábil, por se preocupar em evitar armadilhas, muitas vezes sai vitorioso. Enquanto o habilidoso faz uso da sua técnica e habilidade mas derrota-se a si mesmo por jogar de forma agressiva. O ideal é “não ir com muita sede ao pote”.

Somos todos humanos, e todos nós cometemos erros. Mas se estabelecer um plano sólido, e se o respeitar, há menos probabilidade de fazer asneiras. Com sorte, pode aprender com os erros dos outros, tal como eu. E assim sendo, dará a si mesmo, mais hipóteses de ser bem-sucedido nos seus investimentos.

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