Conselhos de investimento = conselhos médicos
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Certamente houve frequentemente conselhos sobre como tratar da sua saúde. Nós mostramos-lhe que os conselhos sobre como fazer bons investimentos não são muito diferentes.

São poucas as coisas que aprendemos em adulto que sejam mais importantes que os simples ensinamentos adquiridos enquanto criança.

Tomemos como exemplo a medicina

Os avanços no tratamento ao cancro do pulmão são espetaculares, e bastante importantes. No entanto, não fumar é ainda mais importante – de acordo com a Associação Americana de Pneumologia, fumar constitui cerca de 80% a 90% das mortes devido ao cancro do pulmão. Existem medicamentos inovadores surpreendentes e cada vez mais eficazes. No entanto, é improvável que algo venha a ser tão eficaz no combate ao cancro do pulmão como o simples e gratuito conselho de “não fumes”.

Os cientistas que desenvolveram estes tratamentos são algumas das pessoas mais importantes no mundo. Mas aqueles que podem ajudar os outros a deixar de fumar, ou a impedir que comecem, irão provavelmente salvar bastantes mais vidas. Infelizmente, os conselheiros antitabagismo, assistentes sociais, enfermeiros, e técnicos que prestam cuidados básicos encarregues desta função, não têm tanto prestígio como os investigadores médicos que criam essas drogas inovadoras.

O mesmo se verifica nas doenças cardíacas. Poucos serão os tratamentos, complicados e dispendiosos, que terão tanta eficácia ao seu combate como um simples “come bem e faz exercício”. Mas, quem tem maior prestigio no mundo da medicina, Nutricionistas ou Cirurgiões Cardíacos?

Aqui está o problema: Os conselhos que parecem básicos mas que são fundamentais, não são tão valorizados como os complicados que só são necessárias quando, decidimos inicialmente, ignorar os básicos.

É o mesmo no que a assuntos financeiros diz respeito. Conselhos que parecem complicados – padrões em gráficos, tendências, símbolos Gregos, ‘market timing’ – são frequentemente mais valorizados que conselhos básicos que são amplamente mais valiosos, tais como poupança, investimento no longo prazo, e redução de custos.

E tal como nos conselhos médicos, a única razão pela qual são precisos conselhos complicados, deve-se ao facto de se ter ignorado os básicos. Será que precisa de derivados para proteger o seu portfólio? Se calhar sim, se inicialmente não tiver adotado uma atitude de longo prazo. Precisa de saber quando virá a próxima recessão? Talvez, mas só senão tiver um bom fundo de emergência.

É natural assumir que se algo parece complicado, deverá ser mais importante que algo simples. Mas em diversas áreas é ao contrário. O perigoso é que as pessoas inteligentes podem pensar que o básico esta escondido por baixo, e focar toda a sua energia em manobras complicadas. Mas, visto que o básico consegue atingir uma boa taxa de sucesso, acabam com uma performance bastante abaixo da média. Um índice de fundos da Vanguard que investe 60% em Ações e 40% em Obrigações, durante a última década, superou a performance da maior parte dos fundos de cobertura e com menos volatilidade. Mas garanto que, se tentasse vender esta estratégia a fundos de doações ou pensões, abanariam as cabeças. Parece demasiado simples. Eles querem fundos de cobertura complicados geridos por génios.

Aqueles que levam as pessoas a poupar mais dinheiro, que lhes ensinam o valor de uma mentalidade de longo prazo, baixos custos, e a reduzir os maus comportamentos no investimento, irão sempre ter mais valor do que qualquer um que as envolva em previsões e técnicas de investimento complicadas. Mas, iremos sempre sentir-nos mais atraídos por aqueles com gráficos elaborados, fórmulas vistosas e um calão complicado.

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