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Nos mercados financeiros eletrónicos dos dias de hoje, um investidor pode executar mais de 10.000 transações por segundo, o que significa que podem ser feitas mais de 1.000 transações, num abrir e fechar de olhos. Mas se for verdade que a atividade económica depende de pessoas que fazem coisas, tão depressa que nem têm tempo para pensar ou raciocinar, então quais são os benefícios deste aceleramento?

As empresas de comércio eletrónico estão dispostas a gastar centenas de milhares de euros para alcançar o tempo de milésimos de segundos. Mas a julgar pelas mais recentes pesquisas, o mercado pode-se tornar demasiado rápido para o seu próprio benefício.

As transações dos dias de hoje operam-se de maneira a serem rápidas: os computadores estabelecem ordens de compra e venda, e depois outros computadores executam esses pedidos logo que encontrem a combinação. Mas estas transações "continuadas", não são a única maneira de organizar o mercado. Em alternativa pode-se utilizar o leilão em lote, em que uma transação acumularia ordens de compra e venda durante um período de tempo distinto, e depois combina-as num preço equilibrado entre a oferta e a procura.

Algumas pesquisas anteriores sugerem que leilões em lote podem vir a eliminar as oportunidades de arbitragem fugaz que causam a velocidade estonteante a que o trading se faz hoje em dia. Agora, dois investigadores Austin Gerig da Comissão de Títulos de Cambio dos Estados Unidos e Daniel Fricke da Universidade de Oxford mostraram uma análise detalhada de uma execução em lote que demonstrou que o período de tempo entre as negociações esteve perto do meio segundo. Por outras palavras, é rápido – mas não é terrivelmente rápido – mais do que isto só traz malefícios e não benefícios.

De um extremo ao outro

Terminais de Quotron

Comparado com o mercado de há vinte anos, quando um investidor humano poderia demorar meio minuto a executar um pedido, a rapidez das transações trazem vantagens óbvias. Se definir uma ordem de compra quando as ações da Apple estão a ser comercializadas em 106,47 dólares, não vai querer ficar sentado durante muito tempo, com medo que o preço salte e suba, atento ao valor da ação. Quanto maior for o intervalo da operação, mais provável é que o investidor, mesmo que esteja bem informado, saia queimado com o randómico das flutuações.

Mas por outo lado a rapidez também não é boa. Para que o "mercado em lotes" funcione bem, a transação precisa de tempo para acumular o número máximo de ordens, para ficar bem no retrato da oferta e da procura. Caso contrário algumas ordens pouco usuais podem distorcer o preço, e mais uma vez expor o investidor a riscos indesejáveis.

O meio-termo ideal

Algures no meio está o lugar prefeito, o intervalo ótimo entre transações que fará os mercados trabalharem melhor para os investidores.

Ao olhar para os dados históricos das ações dos Estados Unidos, Greig e Fricke encontraram-no algures entre os 0.2 e os 0.9 segundos – isto não é mais rápido do que 5 transações por segundo. Este número exato pode variar por segurança, dependendo das características da votabilidade, do volume da operação, e na medida em que o preço se move sincronicamente com o mercado como se fosse um todo.

A forma como os investigadores expõem os seus argumentos sugere que a "velocidade" é um fator importante nos mercados dos EUA e que um atraso no tempo de apenas uma fração de segundo pode prejudicar a qualidade do mercado, mas velocidades de milésimos de segundo e de micro segundos são desnecessárias.

Os resultados de Greig e Frice não são definitivos. Os mercados reais diferem num simples lote de execuções, de acordo com o cenário examinado. Por isso, a velocidade ótima para os mercados reais pode divergir um pouco. Ainda assim, o trabalho que desempenharam mostrou boas evidências de que as operações financeiras foram alcançadas demasiado rápidas, e este abrandamento pode ser desejável.

Portanto fica aqui uma ideia para terminar com o desperdício causado pela velocidade dos acionistas em alta-frequência para atingir transações rápidas: a implementação de um tipo de limite de velocidade, talvez em 0,1 segundos, e a necessidade de troca para um sistema em lote transparente. O tempo de intervalo até pode ser ajustável mediante as subidas e descidas da votabilidade do mercado

Um limite de velocidade nas operações seria possivelmente uma má notícia para o lucro atual das empresas proveniente da venda de tecnologia que possibilita disputas pela informação ao nível dos microssegundos. Mas é suposto os mercados servirem os investidores e as empresas que o suportam, e não os intermediários financeiros.

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