Haverá um crash da bolsa em 2015?
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É difícil fazer exercícios de futurologia em cenários tão complexos como o mercado bolsista. No entanto podemos encontrar certas forças que tornam determinado desenlace mais ou menos provável. Segundo a linha de pensamento de alguns economistas, um crash em 2015 não é de todo improvável.

O reconhecido economista americano John Kenneth Galbraith, autor de “The Great Crash, 1929” e “Affluent Society”, disse uma vez:

“Existem dois tipos de previsores: os que não sabem, e os que não sabem que não sabem.”

Não acho que alguém consiga prever consistentemente os ventos da mudança macroeconómica. Durante 2008, o gerente de fundos de cobertura John Paulson foi engenhoso ao prever a falta de “subprime” (créditos para pessoas com um mau registo financeiro), mas valer-se desse mesmo génio não resultou em nenhumas previsões precisas da macroeconomia desde então. Os seus investidores têm estado a retirar consistentemente o seu dinheiro.

O uso da palavra “crash” implica um elemento de surpresa, de ser apanhado em posição de descanso. Nunca ouvi ninguém dizer, “Eu sabia que ia ter um acidente de automóvel este mês. E estava certo!”

Talvez a questão mais correta seja: haverão demasiadas razões para que não se possa evitar um choque da bolsa em 2015?

A implicação é que se os mercados e os investidores têm sido iludidos com um sentimento de complacência, porque tantas coisas têm corrido bem, o sentimento de que o mercado é à prova de bala, então talvez o risco de “crash” seja maior. Mas mesmo se se vai para a guerra nos próximos doze meses, não se poderia prever quando se vai levar um tiro de modo a pôr um colete à prova de bala?

Acho que a citação famosa de Hyman Minsky é relevante:

“A estabilidade é desestabilizadora.”

Abaixo estão excertos do artigo: “Será que Hyman Minsky encontrou o segredo por detrás dos choques financeiros?”

A maioria dos macroeconomistas trabalha com o que se chamam modelos de equilíbrio – a ideia é que um mercado económico moderno é fundamentalmente estável. O que não quer dizer que nada mude, mas cresce num movimento estável.

Para gerar uma crise económica, ou um crescendo súbito, tem de ocorrer um qualquer choque externo – seja a subida do preço do petróleo, uma guerra, ou a invenção da internet.

Minsky discordava. Ele achava que o sistema podia gerar choques ele mesmo, através das duas dinâmicas internas. Ele acreditava que durante períodos de estabilidade económica, os bancos, firmas, e outros agentes económicos ficam complacentes. Eles assumem que os tempos bons vão continuar e então começam a tomar riscos maiores na procura de receitas. Por isso as sementes da próxima crise são plantadas nos tempos bons.

Apesar de ter estudado matemática, Minsky preferiu o que os economistas chamam uma aproximação em narrativa – ele gostava das ideias expressas em palavras.

Muitos dos grandes, desde Adam Smith a John Maynard Keynes, ou a Friedrich Hayek, trabalhavam desta forma.

Enquanto a matemática é mais precisa, as palavras podem permitir expressar ideias complexas que são difíceis de modelar – coisas como a incerteza, a irracionalidade, e a exuberância.

Os fãs de Minsky dizem que isso contribuiu para uma visão da economia que era muito mais realista que a da maioria dos economistas.

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