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Um investidor conta como conseguiu ganhos de 12000% na sua conta de simulação de investimento, e explica porque é que tal só foi possível por se tratar de uma simulação.

Eu tinha entrado numa competição, que se estendeu ao longo de um ano, organizada pela divisão de investimento pessoal da Young President’s Organization, uma rede global de diretores executivos com mais de 22 mil membros em cerca de 125 países.

Os participantes utilizaram o simulador da Investopedia e qualquer um podia ver as transações em tempo real, sendo organizados numa classificação diária. Os ganhos dos meus investimentos foram tão espetaculares que até a minha esposa me perguntou por que razão o nosso portfólio não era assim tão bom.

O fato é que eu nunca faria aquilo com o meu dinheiro real. Eu tomei riscos praticamente impensáveis, apenas porque se tratava de dinheiro “a fingir”.

Como é que consegui ganhos de 12000%

A minha primeira grande vitória veio das ações e opções da JC Penney. Por essa altura, o consenso era de que a empresa estava prestes a ir à falência. Mas o valor das ações duplicou a meio do ano. A minha aposta nas opções foi ainda mais lucrativa, multiplicando por 15 vezes, o que a meio do ano impulsionou o meu saldo para 10 milhões de dólares.

Outro dos meus grandes investimentos foi a Gilead Sciences (GILD) – consegui comprar 60 mil ações a 67 dólares e vende-las a $114, o que resultou em ganhos de 30 milhões. Comprei 600 mil ações da Alibaba (BABA, Tech30) a $88 e vendi-as a $108, ganhando 10 milhões. E também comprei e vendi Apple (AAPL, Tech30) – a determinada altura comprei 100 mil ações a $85 e vendia-as a $105, o que me deu ganhos de 2 milhões.

Mas estes são apenas uma mão cheia dos meus investimentos. Eu era muito ativo. Durante um ano completei 2870 transações de ações e opções, o que dá uma média de 11 por dia.

Não vou dizer que sou um génio. Mas certamente que posso atribuir o sucesso da minha estratégia às lições que aprendi com Marty Schwartz, que foi alvo das atenções nacionais quando venceu o campeonato de investimento da Universidade de Stanford, em 1984. Schwartz é também o autor do livro “Pit Bull: Lessons from Wall Street's Champion Day Trader”, e eu geri com ele o dinheiro de um fundo de alto risco.

O Marty trabalhava arduamente, mais que qualquer outra pessoa que já conheci. “Não podes fazer dinheiro a não ser que faças o trabalho!”, dizia-me ele constantemente. A sua regra de ouro era:

“Antes de tomares uma posição, pensa bem no valor que estás disposto a perder”.

E assim, mesmo na minha competição, eu protegi o meu “downside” transacionando com ordens “stop losses”, que automaticamente me forçavam a abandonar posições se estivessem a perder mais de 15%.

A minha melhor fonte de ideia é o Tiger 21, um grupo de aprendizagem para investidores com grandes fortunas. Fundado em 1999 em Nova Iorque, está agora presente em 17 cidades. Os seus mais de 300 membros controlam mais de 30 mil milhões de dólares em bens, e eu presido ao South Florida Chapter, que tem 35 membros que valem em média 100 milhões de dólares. Os membros vêm praticamente de todos os segmentos da economia, e todos os meses encontram-se para discutir como podem tomar melhor decisões de investimento, escolher instituições de caridade e educar crianças socialmente responsáveis.

Das discussões com os meus pares tenho vindo a perceber que 2015 está a revelar-se um ano volátil. O mercado de valores está sobreavaliado, o banco federal está a ameaçar aumentar as taxas de juro e a economia global continua fraca. Tudo isto aponta para uma correção de mercado de 10% ou até superior, algo que não temos visto em mais de três anos e meio.

Como já referi, eu não aconselho as pessoas a perderem a cabeça com as suas técnicas de investimento, tal como eu fiz quando usei dinheiro a fingir. Mas, se eu estou correto e este ano o mercado tiver uma grande correção, eu compraria estas três ações, às quais me agarraria para o longo prazo.

  1. Gilead Sciences: A Gilead é a empresa mais barata em biotecnologia ou farmácia, dentro das que valem pelo menos 100 mil milhões de dólares. A Gilead está a ser negociada abaixo de 11x os ganhos de 2015 por ação, o que eu prevejo que seja 10 dólares. É muito mais barato que outras empresas em crescimento como a Bristol-Myers, que é negociada a quase 34 vezes os ganhos do próximo ano, apesar do fato de se esperar que a Gilead cresça mais rapidamente que a Bristol-Myers. É também mais barata que grandes companhias como a Pfizer. Está a gerar enormes quantidades de dinheiro que está a ser utilizado para comprar ações e pagar dividendos aos acionistas.
  2. Southwest Airlines (LUV): A Associação Internacional de Transporte Aéreo prevê um crescimento de 26% dos lucros das companhias aéreas em 2015, principalmente devido aos preços de combustível mais baixos, ao forte crescimento económico e à melhoria das têndencias de mercadorias. A Southwest Airlines está particularmente destinada a recompensar os acionistas com fortes ganhos neste ano. A direção da empresa tem sido responsável por 42 anos consecutivos a gerar lucro, o que lhe garantiu no ano passado a posição da empresa com melhor desempenho no índice S&P 500 . Em 2014, a Southwest arrancou com os seus serviços internacionais para cinco países e irá expandir-se ainda mais durante este ano, e ainda gerou um fluxo de dinheiro de 1,1 mil milhões de dólares, que permitiu à empresa comprar ações e pagar dividendos.
  3. CarMax (KMX): O colapso do preço do petróleo está a colocar dinheiro na carteira das pessoas. Basta pensar que em dezembro de 2014 as vendas de automóveis nos EUA atingiram os 1,5 milhões de unidades, representando o mês com maior número de vendas desde 2006. Uma forma de capitalizar nisto é ser dono de uma parte da CarMax, que é o maior vendedor de carros usados nos EUA e recentemente duplicou o seu crescimento em vendas. A companhia alcançou ainda um aumento de 28% dos seus lucros, tem vindo a abrir novas lojas e encetou um robusto programa de recompras de ações.
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